A moda em si, traz significados históricos no bojo de sua formação. Todo movimento que inclui cultura, arte, dança e literatura e outros elementos, tem o seu lugar no mundo que remete às suas origens e na sua formação, de forma que não descaracterizá-lo e nem perdê-lo no decorrer de suas adaptações. Assim é o uso do turbante, o lenço de tecido, de cores lisas ou estampadas, que com suas diversas formas de amarrações, carrega consigo a força da sua ancestralidade.
Foi pensando nisso que o Setor de Pedagogia do Conjunto Penal de Juazeiro realizou nos dias 15 à 17 de Julho de 2019 uma Oficina de Turbante e Embelezamento Afro no Albergue Feminino.
Para o Coordenador Pedagógico da Unidade Prisional em Juazeiro, Elias Cruz Júnior o turbante significa o símbolo da nossa história (anterior à 1888), das nossas crenças e principalmente da valorização da nossa beleza e cultura, tão negada e muitas vezes invisibilizadas para não atribuir veracidade ao que a história e a atual conjuntura mostram sobre elas.
A Facilitadora da Oficina foi Iuana Louise ao explicar que o turbante é mais do que a beleza nua e crua propõem, mas principalmente o reconhecimento do significado cultural e histórico do negro no Brasil, do seu processo histórico, e principalmente da história de lutas e da construção de ser visto e respeitado em sua integralidade.
Proporcionar ás mulheres este contato histórico – estético – cultural é potencializar positivamente a cultura de um povo historicamente massacrado e colocado à margem da sociedade. Além, claro, do fortalecimento de suas identidades e da sua autoafirmação enquanto Mulher que se reconhece dentro de uma história e cultura.
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