Mestre Saúba (Jaboatão dos Guararapes), Maracatu de Baque Solto Cambinda Brasileira (Nazaré da Mata), Mestre Aprígio (Ouricuri), Mestre Nado (Olinda), Assis Calixto (Arcoverde) e Tribo Indígena Carijós do Recife são os novos Patrimônios Vivos de Pernambuco eleitos pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural. Entre os requisitos apontados pelos conselheiros, estão os saberes de cada um dos mestres, a contribuição para a formação cultural e o tempo de existência.
Em sua 14ª edição, o Concurso do Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco – RPV-PE – realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) - objetiva reconhecer, estimular e proteger iniciativas que contribuem para o desenvolvimento sociocultural e profissional de mestres, mestras e grupos.
Os vencedores passam a receber bolsa vitalícia de R$ 1,6 mil (pessoa física) e R$ 3,2 mil (grupos e pessoas jurídicas). De acordo com o presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto, os novos eleitos passam a ser protegidos dentro do que executam, assim como se comprometem com a transmissão dos seus saberes.
Mestre Aprigio (José Aprigio Lopes) está plena atividade em Ouricuri, Pernambuco. Nascido em Exu no dia 25 de maio de 1941, portanto prestes a completar 78 anos, o “Mestre Aprigio”, confecciona couro e sem nenhuma pretensão ou arrogância conta que conhece bem o repertório de Luiz Gonzaga.
Ele confeccionou a partir de 1955 os chapéus de couro usados por Luiz Gonzaga e hoje é uma das referências dos grandes nomes da música nordestina, exemplo confecciona os chapeus de Alcymar Monteiro, Chambinho do Acordeon, Jaiminho de Exu e Joquinha Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga.
“Meus chapéus serviram de coroa para os dois grandes reis que conheci, veja só que privilégio, Luiz Gonzaga e Dominguinhos”, diz o Mestre Aprigio.
Os chapéus, gibões e sandálias confeccionados por Seu Aprigio ficaram imortalizados também quano a Escola de Samba Vila Isabel desfilou na Sapucaí do Rio de Janeiro contando a vida de Miguel Arraes, político cearense, nascido no Crato, três vezes governador de Pernambuco.
O cantor Martinho da Vila encarnava um cangaceiro. O sambista se emocionou do começo ao fim da passagem da escola, da qual é presidente de honra e símbolo maior. Detalhe: o chapeu de couro e o gibão é confecção do artesão Mestre Aprigio.
Nas músicas cantadas por Luiz Gonzaga uma das marcas é a exaltação ao chapéu de couro, exemplo Aquela Sanfona Branca, de Benito de Paula.
“Aquela sanfona branca
Aquele chapéu de couro
É quem meu povo proclama
Luiz Gonzaga é de ouro
Aquele tom nordestino
A voz sai do coração
É ele o rei do baião, é Luiz
É cantador do sertão
É filho de Januário
É quem canta o Juazeiro
É festa, é povo, Luiz alegria
Luiz Gonzaga é poesia”...
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