Uma família do povoado de Nova Descoberta em Petrolina, Sertão de Pernambuco, está buscando ajuda para fazer a cirurgia de uma criança. O bebê nasceu com as genitálias feminina e masculina, condição chamada de intersexualidade. A alternativa orientada por um médico seria de fazer o procedimento cirúrgico.
A criança nasceu no dia 17 de abril, no hospital Dom Malan e foi definida pelos médicos como sendo uma menina. A avó, Adelina de Lima Silva foi quem percebeu as diferenças no corpo do bebê. "Quando a médica chegou, eu perguntei se era normal, e ela disse que era normal, eu disse que não era, aí ela falou que aquilo não queria dizer nada", disse.
Em ultrassom, um dia depois do nascimento, foi constatada a presença de útero e de ovários, o que indicava o gênero feminino a criança mesmo com a presença da genitália masculina.
De acordo com o médico especialista em medicina fetal, Marcelo Marques, o aspecto do genital visto no ultrassom só é definido com segurança a partir da décima sexta semana de gestação. “Alguns problemas podem acontecer durante a gravidez que vão afetar a formação adequada do genital. Existem condições que podem identificar durante a gravidez e começar o tratamento através de medicamentos que a mãe vai tomar”, afirmou.
Segundo a Organização das Ações Unidas (ONU) entre 0,05% e 1,7% da população mundial nasce com características sexuais que não se encaixam nas definições típicas de masculino ou feminino.
A família não tem condições de pagar pelo procedimento cirúrgico, mas, mesmo sem saber do que se trata a cirurgia, vizinhos, amigos da mãe e da avó da criança resolveram se unir e organizar uma campanha para arrecadar dinheiro. Os pedidos estão sendo feitos pela internet, redes sociais e aplicativos de mensagens.
A amiga da família, Adriana Fabrícia Verônica de Lima teve a ideia de fazer um bingo para arrecadar dinheiro. “Cheguei para a família, e perguntei se podia fazer um bingo, eles disseram que podia. Então, eu procurei ajuda do pessoal da comunidade”, disse.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina, o acompanhamento para distúrbios do desenvolvimento sexual podem ser feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que deve dar suporte a todos os procedimentos.
A secretária de saúde de Petrolina, Ana Carolina Freire, informou que a família não precisará desembolsar o valor referente aos custos do tratamento. “Estamos tentando resolver as questões burocráticas de exames para que ela já agilize o processo. Então, essa paciente será acompanhada pela secretaria de saúde. A gente quer ao máximo resolver o mais rápido possível”, afirmou.
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