"A agricultura familiar não será beneficiada com o acordo. O saldo global disso é o reforço da dependência neocolonial do Brasil. Vão destruir a Amazônia. É uma vergonha a Comissão Europeia fazer um pacto com Jair Bolsonaro que homologou 239 agrotóxicos desde que assumiu o Governo Federal”.
Esta é a análise de um grupo de ambientalistas com relação ao acordo comercial entre os países do Mercosul, entre estes o Brasil e da União Europeia. O acordo é considerado uma das maiores áreas de livre comércio do planeta a partir do acordo assinado dia (28), em Bruxelas. A redação deste Blog com exclusividade apurou que o acordo é considerado “inaceitável” por agricultores, ONGs do meio ambiente e partidos ecológicos europeus. A política ambiental brasileira está na mira dos opositores ao acordo.
A reportagem do Blog ouviu representantes de associações de agricultores ligados a agricultura familiar e estes apontaram "receios para o futuro pois avalia que só beneficiará o grande capital". O Mercosul e a União Européia representam cerca de 25% da economia mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas, entres estes centenas de fruticultores do Vale do São Francisco que exportam mangas e uvas.
Especialistas apontam que mesmo após 20 anos de negociação, ainda falta um longo caminho para que o acordo entre Mercosul e União Europeia , de fato, entre em vigor e que existe uma "forte tendência de haver resistência nos Parlamentos de países europeus, especialmente de partidos nacionalistas e também os ambientalistas"
O acesso privilegiado ao mercado europeu é considerado uma das negociações mais complexas de se costurar. "Não dá para estipular um prazo para a finalização dessa ratificação por parte dos europeus. No caso brasileiro, o acordo agora será analisado pelos ministérios envolvidos e depois será enviado para o Congresso Nacional, onde tramitará por comissões e e ai sim deve ser aprovado tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado", disse uma das fontes consultadas pela reportagem do Blog.
É só no médio prazo que os efeitos mais concretos do acordo de livre comércio poderão ser sentidos pela população em geral, como eventuais queda no preço de produtos importados e, principalmente, aumento de investimentos e expectativa de crescimento da economia. "A perspectiva desse acordo para o cidadão comum é que a expansão do comércio se reflita a partir do crescimento da economia e haja mais geração de emprego e renda e aumento da arrecadação para o governo", explica Danielle Sandi, da Universidade de Brasilia.
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