O ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez uma publicação nesta quinta-feira (27) nas redes sociais em que compara os ex-presidentes Lula e Dilma, ambos do PT, a drogas. Na publicação, Weintraub tenta fazer uma piada ao associar os petistas ao episódio da prisão de um militar com 39 kg de cocaína em um avião da comitiva de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PSL). No Twitter, escreveu o ministro da Educação: "No passado o avião presidencial já transportou drogas em maior quantidade. Alguém sabe o peso do Lula ou da Dilma?".
Parlamentares de oposição criticaram a postura do ministro em respostas à publicação. "O senhor é desprezível e uma vergonha para o MEC, os trabalhadores da educação e o restante do país" escreveu a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). "Que baixo nível", escreveu a deputada Sâmia Bomfim (PSOL).
Após a prisão do sargento Manoel Silva Rodrigues, na Espanha, várias publicações nas redes sociais passaram a associar o episódio à balbúrdia, palavra usada por Weintraub em entrevista para atacar universidades federais. Para criticar as instituições e seus alunos, Weintraub faz menção frequentemente a uso de drogas nas universidades.
Na quarta, por exemplo, o perfil da UNE (União Nacional dos Estudantes), publicou: "Em nenhuma universidade foram encontrados 39 kg de cocaína. Já no avião presidencial... Balbúrdia é esse governo de @jairbolsonaro". Mais cedo, Weintraub já havia comentado o assunto da prisão no Twitter: "Tranquilizo os 'guerreiros' do PT e de seus acepipes: o responsável pelos 39 kg de cocaína NADA tem a ver com o Governo Bolsonaro. Ele irá para a cadeia e ninguém de nosso lado defenderá o criminoso. Vocês continuam com a exclusividade de serem amigos de traficantes como as FARC."
Não é a primeira vez que Weintraub deixa de lado as funções do MEC para polemizar nas redes sociais. Após os cortes de recursos que atingiram as federais, o ministro apareceu em vídeo com um guarda-chuva pra dizer que chovia notícias falsas.
A publicação, e a forma com que ele lidou com o contingenciamento, desagradou a cúpula do governo. Weintraub passou a se conter nas redes e evitar eventos públicos, inclusive coletivas do MEC, em que houvesse a presença da imprensa.
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