O ministro Paulo Guedes escolheu o engenheiro e economista Gustavo Henrique Moreira Montezano para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) em substituição a Joaquim Levy, que pediu demissão neste domingo. Montezano é o atual secretário especial adjunto de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia. Na presidência do BNDES terá como prioridades privatizações, desinvestimentos, Infraestrutura, saneamento e reestruturação financeira de estados e municípios.
De acordo com integrantes do governo, o substituto de Joaquim Levy também deverá ter como objetivos devolver à União parte dos recursos emprestados ao BNDES, além de buscar investimentos no exterior e abrir o que o presidente Jair Bolsonaro chama de "caixa preta" do banco - empréstimos feitos a países como Venezuela e Cuba para investimento em infraestrutura.
Ele é mestre em Economia pela Faculdade de Economia e Finanças do Ibmec-RJ e graduado em Engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME-RJ). Foi sócio do Banco Pactual, pelo qual atuou como diretor-executivo da área de commodities em Londres e anteriormente como responsável pela área de crédito, resseguros e "project finance". Iniciou carreira como analista do Opportunity, no Rio de Janeiro. Levy pediu demissão domingo (16), um dia após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que ele estava com a "cabeça a prêmio".
Bolsonaro deu um ultimato a Levy: afirmou que ele seria demitido se não demitisse o diretor de Mercado de Capitais do banco, Marcos Barbosa Pinto. O diretor foi chefe de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES (2006-2007). Fiocca era considerado, no governo federal, um homem de confiança de Guido Mantega, ministro da Fazenda nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Após a declaração de Bolsonaro, o próprio Barbosa Pinto pediu demissão – e depois Levy.
Joaquim Levy tomou posse em janeiro como presidente do BNDES. Ainda no ano passado, quando Levy foi escolhido para o cargo, Bolsonaro disse que quem havia "bancado" a indicação dele era Paulo Guedes, atual ministro da Economia. Levy foi ministro da Fazenda no segundo mandato de Dilma Rousseff e deixou o cargo após 11 meses.
O que diz o Planalto
Também nesta segunda-feira, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, comentou a escolha pelo nome de Gustavo Montezano. Disse que Bolsonaro se reuniu duas vezes com Paulo Guedes para discutir a escolha.
Rêgo Barros disse que uma das medidas que se deseja para o BNDES é a devolução de recursos para o Tesouro Nacional. Acrescentou que o banco de fomento deve aumentar os investimentos em infraestrutura e saneamento, ajudar a reestruturar estados e municípios e abrir a "caixa-preta do passado".
Sobre a saída de Levy, afirmou que Bolsonaro tem a "percepção" de que pessoas que "tenham participado de governos que tenham colocado o Brasil nesta situação catastrófica em que se encontra não devem compartir [com o governo] a necessidade de promover a melhoria do Brasil".
Joaquim Levy foi secretário do Tesouro no governo do ex-presidente Lula e ministro da Fazenda, na gestão Dilma Rousseff. Também integrou a equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso e foi secretário de Fazenda no governo de Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro.
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