O dia 17 de junho foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Mundial de Combate à Desertificação. O momento é de refletir sobre os prejuízos e, principalmente, de pensar em alternativas para minimizar os efeitos desse fenômeno que vem avançando a cada ano. Calcula-se que uma área de 230 mil km², na região Nordeste, já esteja em processo de desertificação. As cidades mais atingidas seriam Irauçuba (CE), Gilbués (PI), Seridó (RN e PB) e Cabrobó (PE), que somam 18.177 km² e afetam 399 mil pessoas.
O termo desertificação remete à imagem de um "mar" de areia, sem planta alguma a compor a paisagem, de poucas chuvas em períodos muito breves do ano, e onde não se pratica agricultura – salvo em alguns poucos oásis. A Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas - UNCCD (sigla em Inglês) emprega o termo desertificação para caracterizar realidades de degradação extrema e se aplica à terra, à cobertura vegetal e à biodiversidade e está associada à perda da capacidade produtiva nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas.
Para o pesquisador da Embrapa Semiárido Iêdo Bezerra Sá, "conciliar o desenvolvimento econômico com o respeito ao meio ambiente somente é possível com tecnologia e informação. Para isso, são necessárias políticas públicas que incentivem a adoção de tecnologias que minimizem o avanço dos processos de desertificação".
Nos últimos anos, a seca prolongada na região tornou evidente as consequências derivadas da ação humana. É significativo, ainda, observar que, nas áreas em processos de desertificação, é elevada a incidência de pobres e de indigentes, em proporções significativamente maiores que a média nacional.
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