O líder do governo de Jair Bolsonaro (PSL) no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), foi delatado por dois agiotas de Recife. Identificados como Lyra e Ventola, os dois são os proprietários do avião cuja queda culminou na morte de Eduardo Campos (PSB), candidato à Presidência da República em 2014.
Segundo informações do portal O Antagonista, que publicou trechos da matéria da revista Crusoé, na época das denúncias, os delatores negaram atuar em operações para as empreiteiras. Mas com a divulgação posterior de provas, eles firmaram um acordo de delação premiada no ano passado, confessando o ter atuado tanto para empresas quanto para políticos, um deles Bezerra. No caso do senador, os serviços eram empréstimos pagos por empreiteiras, remessas para o operador pessoal do parlamentar e retiradas de dinheiro em espécie em empresas de São Paulo. Tudo isso no período entre 2010 e 2014.
De acordo com a publicação, um exemplo disso foi o empréstimo de R$ 1,7 milhão, solicitado por Bezerra em 2014, meses antes do início de sua campanha ao Senado. Os delatores disseram que a OAS deveria arcar com o pagamento, mas não o fez, e ainda solicitou os serviços da dupla para que eles arrumassem mais recursos para bancar outra despesa de campanha de Fernando Bezerra Coelho. Essa segunda no valor de R$ 600 mil. A matéria da revista pontua ainda que Lyra e Ventola reclamaram do pedido, já que Bezerra Bezerra Coelho ainda não havia quitado a dívida anterior, mas decidiram fazer mesmo assim.
O dinheiro, segundo a acusação, teria sido entregue ao publicitário André Gustavo Vieira, dono da Arcos Propaganda e que também já foi preso na Operação Lava Jato por suspeita de operar para o ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. Até hoje, no entanto, nenhum dos empréstimos de Bezerra Bezerra Coelho foi quitado.
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