As incertezas que rondam a economia do Brasil trazem reflexos maiores do que a dificuldade para a retomada econômica ou o afastamento de investidores, que não sentem segurança em apostar no país. O atual cenário impacta diretamente na vida de 21,6 milhões de brasileiros que, pela fragilidade do mercado, estão desocupados ou desalentados.
Sobreviver a essa realidade virou um desafio, e para muitos, a saída tem sido a criatividade. A taxa de pessoas que decidiu trabalhar por conta própria no primeiro semestre deste ano atingiu um dos maiores índice dos últimos quatro anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desempregado desde 2015, o juazeiro Rubinho Santos é um desses brasileiros que acorda todo dia e usa a criatividade para ganhar o pão de cada dia. Comunicativo e com uma visão empreendedora, Rubinho, aceita pagamento com todos os cartões de crédito. "Só não aceito fiado", enfatiza. "Para vencer a crise montei e sou vendedor de saladas de frutas ambulante, ando a cidade toda para sobreviver", conta Rubinho.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do instituto, dos 91,9 milhões de empregados entre janeiro e março, 25,9% trabalhavam de maneira independente. Na prática, significa que quase 24 milhões de brasileiros arregaçaram as mangas e tomaram a decisão de investir em alternativas fora do mercado formal para ter a própria renda e sobreviver em meio à crise.
Essa também foi a alternativa encontrada por Alzeneide dos Santos, ser trabalhadora independente. Depois de perder o emprego com carteira assinada, ela agora vende roupas. "Não é fácil mas temos que dribrar a crise até merecermos novamente um trabalho melhor", diz Alzeneide. Na praça Barão do Rio Branco, o vendedor de água, Anastácio Silva revela que a única força é a fé. "Desemprego grande, falta de oportunidades e a vontade de vencer na vida é o motivo de não desanimar", finaliza Anastácio.
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