Mais um round na lavagem de roupa em público, em virtude de um processo licitatório promovido pelo Instituto de Previdência de juazeiro(IPJ), órgão vinculado à Prefeitura Municipal, movimentou mais uma vez o Programa Geraldo José, na Transrio FM, levando o apresentador a suspender a entrevista para evitar possíveis desentendimentos mais graves. Na terça-feira (9) o apresentador já havia tomado essa decisão em virtude dos ânimos exaltados e acusações de parte a parte.
De um lado o ex-Secretário de Saúde de Juazeiro e ex-vereador, Dalmir Pedra, que acusa o IPJ de fraude num processo licitatório, do outro Voldi Alves, que se defende acusando o empresário de tentar suspender o processo licitatório apenas por ter sido desabilitado da referida licitação.
A contenda, que já chegou às alças da justiça e teve liminar suspendendo provisoriamente a contratação da empresa dada como vencedora, ganhou outros contornos e foi para o campo pessoal nos últimos dias. Nesta quarta-feira (10) Voldi Alves foi ao Programa Geraldo José para dar suas versões diante das acusações levantadas, quando Dalmir adentrou ao programa, deixando um clima tenso no estúdio e preocupação geral entre os ouvintes.
O ponto maior da discórdia é uma denúncia, levantada por Dalmir, que acusa Voldi de falsidade ideológica por ter apresentado um “Atestado médico falso num concurso da Polícia Federal”, segundo palavras do Ex-Secretário Municipal, contestada pelo acusado.
Voldi disse no programa, que solicitou a transcrição das conversas que teve com Dalmir Pedra, desde 18 de junho de 2018 até o dia 07/04, data do último contato com o acusador: “Sobre essa pergunta especificamente, no dia 17/07, às 23 horas, eu enviei uma mensagem ao Dr. Dalmir e de fato eu tratei com ele acerca dessa possibilidade de estar enquadrado como portador de deficiência para efeito de ocupação das cotas de vagas nos concursos públicos. A gente trocou uma ideia, ele como médico e eu procurei um perito para aferir se eu estava enquadrado ou não nessa condição. Quando eu recebi o resultado da junta médica do concurso da Polícia Federal e o informei, nessa data que eu estou te dizendo, no dia 17 de julho do ano passado, inclusive ele me parabenizou por isso. Então aqui a gente tem toda uma transcrição, de vários momentos, em que essa hostilidade demonstrada aqui ontem, não era pertinente para o momento. Então aqui você vai ver que nas várias ocasiões em que ele me chama de meu irmão, me chama de parceiro e etc e tal e essa hostilidade se desenrolou pelo fato de solicitação que recebi, por algo que eu não tenho nem a prerrogativa, nem o poder pra decidir, de um processo de licitação ser cancelado, não passa pela minha alçada de decisão”, esclareceu Voldi.
Dalmir, já no estúdio, rebateu dizendo que os documentos a que Voldi se referia fazem parte de uma investigação da Polícia Federal: “Eu gostaria de dizer que isso tudo que ele tem, é parte de uma ordem de missão policial, em que eu o estava investigando. A Polícia Federal já tinha investigado ele a tempos atrás, quando inclusive eu fiz uma defesa, porque ele apresentou os exames de hepatite C, né? Então tudo isso que aconteceu, a minha conversa com ele faz parte de relatório junto à Polícia Federal. Então no dia que eu tomei conhecimento disso aqui, que ele está mostrando, essa lesão aqui singular, não é deficiente físico não. Tou vendo aqui essa tomografia, esse resultado de exame. Ele na mesa redonda, que eu fui resolver, ele João Nicole e esse Josué, no meu hospital, pra tentar fazer espionagem, foram pra lá, pra mim fazer uma consultoria, só blá, blá, blá, na mesa redonda, que ele havia me pedido antes o testado de deficiente físico pra concorrer ao concurso, eu imediatamente informei à Polícia Federal, dia 22 de janeiro, informação 01 de 2019”, replicou Dalmir, dando a entender que, no pregão, objeto da discórdia, sua atuação era apenas por critérios investigativos, já que é integrante de corporação.
Voldi contrapôs dizendo que “Só hoje ele já falou de um problema que eu tive de saúde 3 vezes, aqui, inclusive revelando aqui esses detalhes, eu acho que ele esqueceu o juramento de Hipócrates e esqueceu o código de ética médica, onde é vedado a qualquer médico revelar qualquer enfermidade, inclusive proibido de revelar isso quando estiver em testemunho judicial. Então ele bem sabe, que faz parte também aqui dessas conversas que a gente teve, ao longo desse período, quando um ex-edil do município, usando desse tipo de expediente, foi condenado a quatro meses de reclusão, justamente por fazer esse tipo de denúncia, denunciação caluniosa, que nós vamos chegar ao final disso, com certeza vamos e calúnia é crime. Você atribuir um crime a alguém que não o praticou, isso é tipificado no código penal”, destacou, lembrando que teve o seu nome deferido no concurso,de acordo com critérios estabelecidos em lei.
Com o clima muito tenso nos estúdios da Transrio, o apresentador preferiu suspender o debate, que pelo que se anuncia, ainda terá outros capítulos, na mídia e na justiça.
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