Com a tramitação no Congresso Nacional do projeto da reforma da Previdência, a expectativa pelas mudanças no sistema de aposentadoria tem levado muitos juazeirenses e petrolinenses às agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Mesmo sem saber o que o Congresso Nacional decidirá sobre a Reforma da Previdência, trabalhadores querem acelerar o processo com medo de ver o sonho da aposentadoria adiado.
A gerente da Agência do INSS de Juazeiro, Wilma Claúdia, ressaltou que existe um grande aumento com relação aos requerimentos realizados pelo canal 135, também pelo site Meu INSS. "Existe também o meio pelo agendamento feito quando as pessoas querem resolver ou pedir orientações diretamento aqui na agência".
Em Pernambuco mais de 6 mil trabalhadores entraram com pedido de aposentadoria desde janeiro de 2019, um aumento de 15% em relação ao mesmo mês de 2018.
No entanto, especialistas orientam que não há necessidade de pressa: quem cumpriu os requisitos pelas regras atuais tem seu direito preservado e não será afetado pelas alterações. Além disso, quem já está na fila pelo benefício tem média de dez meses de espera. E a demora tem desafiado servidores da autarquia: além do aumento no número de pedidos, a digitalização do sistema do INSS também deixa o processo mais lento.
Apesar de estar previsto no projeto um período de transição para evitar prejuízo para pessoas que estão mais perto de se aposentar, a analista fiscal Maria Solange de Moura procurou, ainda em 2018, um advogado para fazer as contas. Ela está desempregada há três anos e foi orientada a pagar como contribuinte individual as parcelas em atraso, mesmo com multa.
Além disso, a analista precisa pagar em dia as seis parcelas que faltam para completar 30 anos de contribuição. Ela entrou com o pedido de aposentadoria em janeiro e ainda não sabe se o benefício vai ser concedido. "Eu procurei um representante legal que pudesse me conduzir para resolver meu problema e esclarecer todas as minhas dúvidas, porque eu, sozinha, não estava conseguindo projetar o que realmente estaria sendo melhor. Se aguardar ou dar logo entrada", conta.
No escritório do advogado previdenciário Elizeu Leite, a procura de pessoas que querem saber se serão atingidas pela reforma aumentou cerca de 30% desde janeiro. Ele afirma que, em 2017, quando se discutia outra proposta de reforma, muita gente se apressou e aceitou um benefício por um valor abaixo do que teria direito se esperasse mais e se arrependeu.
"Essa reforma ainda vai demorar uns seis a oito meses para ser implementada. O momento é para se planejar, fazer conta, procurar o Instituto de Previdência Social, procurar um profissional habilitado, de modo que você possa entender a sua situação previdenciária para saber se é hora de pedir sua aposentadoria ou se é momento de esperar um pouco mais", declara Elizeu.
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