Prezada População de Juazeiro,
Quero relatar aqui, com a ajuda desse bendito meio de comunicação, uma análise sobre a obra da Travessia Urbana de Juazeiro, estrutura esta que, se concretizada, irá impactar muito positivamente a nossa cidade, tanto na questão da mobilidade, quanto nos quesitos de arquitetura, beleza e urbanismo.
Lembro muito bem que na passagem do ex-presidente Lula por Juazeiro, ainda em 2010, quando fazia campanha para Dilma Rousseff e inaugurava o Projeto Salitre, o ex-prefeito Isaac Carvalho apresentou esse projeto ao líder da nação, abrindo um grande desenho técnico em pleno palanque. O que Lula disse: "esse rapaz é novo na política, mas já sabe pedir. E como pede... essa bagatela custa só 76 milhões de reais".
Pois é. Isaac já passou por dois mandatos e o PCdoB já vai em 10 anos governando Juazeiro. E a tal obra da travessia? Nada de sair do papel.
Não é preciso ser engenheiro (como eu não sou) para saber que o maior custo dessa obra está relacionado à construção das bases e sub bases. Para isso, há de se fazer grande movimentação de terras e cascalhos, das jazidas para o local da pista. Isso custa muito caro, pois o frete dos materiais está relacionado ao valor dos combustíveis, mão de obra, aluguel de máquinas e equipamentos e, óbvio, lucro das empresas. Também há os custos com a compra desse insumo, que deve provir de jazidas licenciadas para tal. Isso também não é barato. Em se tratando de uma intervenção tão vultosa, os recursos para construção dos taludes levam, com certeza, a maior parte do orçamento.
Agora vejam, as pistas das BRs 407 e 235 na parte que atravessam a cidade já foram construídas num nível muito acima das ruas paralelas a estas. Os taludes já são muito altos. A meu ver, seria muito melhor simplesmente rebaixar essas pistas e usar o material retirado para construir as novas estradas, duplicando as rodovias. Isso economizaria muito tempo e a obra custaria bem menos, pois, como já se sabe, o maior custo é exatamente com terraplanagem.
Fato é que, se assim fosse, o custo da obra cairia pela "metade" e a articulação política para se conseguir os recursos seria bem menos desgastante. Hoje já teríamos uma obra concreta. Mas o que aconteceu foi que, certamente pensando que por estar do lado do Governo Federal, alinhados política e partidariamente, os governantes locais acharam que poderiam conseguir tudo que pedissem ao dono das chaves do cofre. O que se viu? Total fraqueza e falta de articulação política. E a população? Mais uma vez sai penalizada pela incompetência de seus representantes.
Manoel Pires - Bairro Santo Antônio
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