Quanto vale sua vida, a vida do próximo,
e a de quem não está tão próximo, do distante,
de qualquer ser vivo, nem que seja um ser errante?
Quanto vale a vida dos rios, peixes, aves, animais,
índios, matas, quilombolas, ribeirinhos, fauna e flora?
O minério de ferro que rende milhões e rende cadáveres,
engolidos pela lama de rejeitos que são sobra da mineração,
que contamina a vegetação, rios, lagos, açudes, matando
gente, animais, causando um rastro imensurável de destruição.
O ferro, o cobre, o lítio tem grande valor comercial.
A vida em Mariana que não me engana, não vale nada.
A vida em Brumadinho que combina bem com coitadinho,
pobrezinho também não vale nada, senhores.
O essencial é a grana.
Quanto vale a cumplicidade, a ganância os acordos
Inescrupulosos dos nossos empresários, deputados,
Senadores, Juízes, governadores com a VALE?
Quanto vale?
Quanto se paga para calar a boca de um fiscal de barragem?
Quanto custa um laudo falso? Quanto custa aprovar um
projeto irregular na Câmara Federal em troca de financiamento
em campanha eleitoral, mesmo que isso cause risco a vida
da população, do meio ambiente em geral?
A quem interessa esse discurso que tudo não passou de uma tragédia,
uma fatalidade, um azar, um mal agarro que não poderia se evitar?
E assim, a impunidade e a ganância vão fazendo suas vítimas.
Um dia aqui, outro acolá, sempre em nome do progresso e do bem estar.
Mas, todas essas vidas ceifadas quem vai pagar?
Edi Santana Barbosa
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