O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking entre os países que mais registram casos de feminicídios em todo o mundo segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Apesar da existência de leis importantes, como a Maria da Penha (Lei Federal nº 11.340), ainda assim, cerca de oito mulheres são assassinadas por dia no país.
Pensando na necessidade da criação de espaços para discussão e reflexão sobre a violência contra a mulher e também na celebração do Dia Internacional da Mulher (08 de março), a Divisão de Gestão de Pessoas do HU-Univasf (DiviGP) promoveu a roda de conversa: “O Desafio de ser mulher: do Mimimi à realidade”. O evento ocorreu na manhã da última segunda-feira (11), no auditório da Policlínica do HU.
“Queremos proporcionar o entendimento e a reflexão sobre o tema, empoderar as mulheres de informações que, em algumas situações, podem salvá-las ou ajudar outras mulheres e aos poucos mudar a realidade que muitas enfrentam”, comentou a psicóloga organizacional do hospital, Rúbia Seabra.
O encontro foi realizado em parceria com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e reuniu colaboradoras das duas instituições. As participantes começaram a manhã com o show de voz e violão da cantora Laissa Santana que recepcionou os convidados com clássicos da MPB. Em seguida, assistiram a performance artística da médica Fernanda Patrícia Soares, que aproveitou a dramaticidade do tango e desenvolveu uma coreografia baseada na violência psicológica e física sofrida pelas mulheres.
Um dos momentos mais tocantes, foi a apresentação de um documentário radiofônico, produzido pela estudante de jornalismo Ananda Ferreira. O produto traz dados e depoimentos de mulheres que foram agredidas dentro de casa por seus companheiros e aborda o sofrimento das vítimas que precisam lidar não somente com a violência, mas também com a humilhação e o julgamento preconceituoso e opressor consequentes do machismo.
O evento foi encerrado com a discussão mediada pela psicóloga clínica e pesquisadora em gênero, Tatiana Carvalho, que tratou a respeito de relacionamentos abusivos e modos de violência enfrentados e vivenciados no cotidiano das mulheres e as possibilidades de reação. As colaboradoras tiveram a oportunidade de contar suas experiências pessoais e as de seu entorno social, constatando o quão, infelizmente, ainda é comum no cotidiano das mulheres o abuso, assédio e a agressão.
“Não é fácil se reconhecer na condição de vítima, mas a mulher pode pedir ajuda. Ela precisa saber que não precisa estar em uma relação que a faça mal. As pessoas são condicionadas a estar em relações, pois só assim estarão bem ou serão aceitas socialmente. O mais relevante é a felicidade e a completude dessa mulher. Existem serviços especializados onde profissionais poderão ajudar a criar estratégias de empoderamento para que as mulheres possam sair dessas relações abusivas”, explicou a psicóloga.
A assistente administrativo do HU, Alane Passos, acompanhou o evento e elogiou a iniciativa de trazer um assunto tão atual e relevante. “É importante nos informarmos para que tenhamos condições de ajudar as mulheres que passaram por algum tipo de violência, seja no nosso cotidiano profissional ou pessoal. Espero que tenhamos mais espaços como este”, afirmou.
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