O policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado como o autor dos 13 tiros que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes e que foi preso nesta terça-feira (12), já recebeu homenagem na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em 1998 e perdeu uma perna em um atentado à bomba há dez anos.
Lessa, de 48 anos, foi preso nesta terça na Operação Lume. Além dele, a força-tarefa prendeu o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, apontado como motorista do carro que perseguiu a vereadora. Queiroz foi expulso da PM em 2015. O atentado que matou Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes completa um ano nesta quinta-feira (12).
A homenagem foi do ex-deputado Pedro Fernandes Filho, já falecido, que era avô de Pedro Fernandes Neto (PDT), outro ex-parlamentar estadual que atualmente é secretário de Educação do governador Wilson Witzel (PSC). O autor da moção também é pai da vereadora Rosa Fernandes (MDB).
Segundo a família do ex-deputado, na época foram homenageados todos os 18 policiais do batalhão de Irajá (9º BPM) que realizaram uma prisão.
No texto, protocolado em 23 de novembro daquele ano, Fernandes justifica o prêmio pela maneira como Lessa e os outros policiais vinham "pautando sua vida profissional como policial militar do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM)".
"Sem nenhum constrangimento posso afirmar que o referido militar é digno desta homenagem por honrar, permanentemente, com suas posturas, atitudes e desempenho profissional, a sua condição humana e de militar discreto mas eficaz. Constituindo-se, deste modo, em brilhante exemplo àqueles com quem convive e com àqueles que passam a conhecê-lo".
Pedro Fernandes Filho foi decano da Alerj, chegando à marca de dez legislaturas. Na sua última eleição, no final da década de 2000, o ex-marinheiro e combatente da Segunda Guerra Mundial se elegeu pelo PFL com cerca de 47 mil votos.
O sargento reformado Ronnie Lessa perdeu uma perna em um ataque à bomba ao seu carro na Zona Norte do Rio há dez anos. A explosão no veículo, uma picape Hilux prata, ocorreu quando ele passava pela Rua Mirinduba, a poucos metros do 9ª BPM (Rocha Miranda).
Após a explosão, o PM teria tentado saltar do automóvel, mas ficou preso pelo cinto de segurança. Desgovernada, a picape percorreu uma distância de aproximadamente 150 m, até bater em um poste, deixando um rastro de sangue e combustível.
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