Atos simples na vida de um estudante, como pegar ônibus, ler um livro e até ir ao banheiro, podem se tornar um desafio para quem tem deficiência visual. E para refletir sobre problemas de acessibilidade enfrentados pelas pessoas cegas no ambiente acadêmico, estudantes do curso de Psicologia, em parceria com o Núcleo de Práticas Sociais Inclusivas (NPSI) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), realizarão nesta quarta (27) a intervenção “Quem é Cego?”. As atividades serão abertas a toda a comunidade e acontecerão a partir das 8h, ao lado da rampa de acesso, no bloco de salas de aula, no Campus Sede, em Petrolina (PE).
O evento terá como tema “Compreendendo o conceito de inclusão, vivência do outro e autonomia”. Durante toda a manhã, haverá troca de experiências com atividades informativas na Tenda Braille, e o projeto Sentindo na Pele, que tem como objetivo combater preconceitos através de dinâmicas sensoriais. Às 10h30, será realizada uma Roda de Conversa sobre a deficiência visual, que acontecerá na sala de Núcleo Temático 3 (NT 3), com a participação do revisor de textos em braille do NPSI Milton Pereira, da psicóloga Julianna Caffe, e da estudante Thalita Evangelista.
A ideia da intervenção, organizada como atividade da disciplina de Práticas Integrativas do curso de Psicologia, surgiu depois que os discentes vivenciaram os desafios da cegueira em um minicurso promovido pelo NPSI. De acordo com a estudante Ananda Fonseca, que integra a equipe organizadora, o minicurso fez com que eles percebessem a necessidade de placas de acessibilidades em braille nas dependências da instituição e a importância da mobilização da comunidade acadêmica em relação à temática.
Segundo o servidor Milton Pereira, que tem deficiência visual, o evento será um momento para a desconstrução de preconceitos que ainda são presentes na sociedade. “Apesar de a exploração visual ser muito latente no meio social, e as pessoas terem a dependência da visão, acredita-se que sem ela não se consegue viver. Essa intervenção vem para despertar nas pessoas outras possibilidades de conviver com a deficiência”, diz.
Para Ananda Fonseca, possibilitar a troca de experiências com quem tem deficiência visual é a melhor forma para sensibilizar a comunidade. “Decidimos utilizar a informação a nosso favor, desmistificando ideias em relação à deficiência visual e proporcionando experiências sensoriais além da visão. Para que assim, as pessoas percebam que não enxergamos apenas com os olhos. Mas com os braços, pés, boca, nariz e ouvidos”, explica.
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