Os pais podem contribuir para o acesso dos filhos ao mundo das drogas? Sim, pode. Eles concorrem, não absolutamente, em alguns casos, mas irradiam fatores que potencializam o ingresso dos jovens ao asqueroso universo das drogas. Aqui, de forma direta, relato sobre alguns pecados capitais dos pais em relação aos seus filhos, que quando não observados se tornam brechas vulneráveis para o primeiro contato com as drogas. São observações baseadas no imenso contato com jovens flagrados usando drogas, propiciado pelo dia a dia do serviço policial militar.
“Os pais são os últimos a saberem”. Este ditado é bastante pronunciado quando algum mal feito dos filhos é descoberto. Basicamente é quando toda a vizinhança já sabe que o garoto (a) é um projeto de drogado, menos você. Conhecer condutas infames dos filhos é sempre um choque, principalmente aquelas que “só acontecem em outras famílias” e nunca na nossa. Descobrir que um filho está usando drogas ou já está viciado, é um susto medonho cujo chão se racha sob os pés. “Meu filho?! Como pode?! Há algum engano senhor policial”, exclamam alguns pais e mães com rosto abobalhado ao saberem da vil notícia. Mas por que os pais são os últimos a saberem? Respondo: Excesso de amor, desamor, falta de vigilância, inocência, e, sobretudo, a incompreensão dos sinais emitidos pelos garotos quando passam a fazer uso das drogas. A seguir relatarei sobre cada um desses aspectos.
Vamos começar pelo excesso de amor. Aqui tenho que citar o gênio da língua portuguesa padre Antônio Vieira (Sermão do Mandato), quando este diz que a causa natural do amor é unir, entretanto as causas excessivamente intensas produzem efeitos contrários. Diz ele “...A dor faz gritar, mas se é excessiva, faz emudecer; a luz faz ver, mas se é excessiva, cega; a alegria alenta e vivifica, mas se é excessiva, mata. Assim o amor naturalmente une, mas se é excessivo, divide...”. Em outras palavras o padre nos ensina que o amor excessivo e cego é tão maléfico quanto o desamor. É o fastio provocado pelo excesso de mel. O amor devotado a um filho não pode cegar seu entendimento sobre ele, pois se trata de um ser humano sujeito a todo tipo de oscilação emocional provocada por relações sociais. O amor excessivo não enxerga culpa nem tampouco vislumbra a possibilidade do delito pelas crias. O amor na dose certa vem acompanhado de disciplina e correção e “se alegra com a verdade”, além de não ignorar a vigilância.
Pais que endeusam seus filhos não costumam apontar-lhes as máculas, pois os julgamentos baseados no amor ignoram os defeitos, da mesma forma que os julgamentos baseados no ódio omitem as virtudes. Como dizia Jean P. Sartre: “nunca julgamos a quem amamos”. Aí o pensador atesta que o amor excessivo nos impede, primeiro, de acreditar, depois de corrigir a quem amamos, que nesse caso são os nossos filhos, quando estes principiam o uso das drogas.
É comum ver a reação de espanto de alguns pais quando levo ao conhecimento deles a conduta de seus filhos flagrados usando drogas. Muitos simplesmente não acreditam, mesmo diante dos fatos e da comprovação, chegam a contestar a guarnição. É quando observo o sentimento de amor excessivo, que ignora até mesmo a realidade. O excesso de cuidado ao “cabrinha” será prejudicial, na mesma medida em que produzirá um ser raquítico para a tomada de decisões, diante das situações adversas da vida.
O desamor. No aspecto do desamor são vastos os exemplos. O desamor centra-se no abandono físico e emocional da cria.
É um direito e um dever constitucional expresso no Art. 229 da CF: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os menores...”. Embora existam preceitos legais que imponham o dever de cuidados, sabemos que as pessoas não são dadas a cumprirem obrigações, no entanto são ávidas por direitos.
Abandonar uma criança fisicamente, deixando-a ao “deus dará”, sem presença física e vigilância, significa lançá-la aos leões do mundo. A pedagogia da rua quase sempre vem em doses cavalares, podendo danificar fatalmente o comportamento dos seus discentes. Contrapõe e balanceia, à pedagogia da rua, a formação moral adquirida no seio familiar, na escola e muitas vezes na igreja. A rua por si só, transformará o abandonado em um Pedro Bala, personagem de Jorge Amado, líder dos Capitães de Areia, cujo desejo maior era se tornar o líder dos malandros da cidade de Salvador. Este garoto, na obra, vivia de furtos e roubos e tinha uma mente muito aguçada para a vida na rua.
Qualquer policial militar sabe identificar um “embrião” e a “gestação” de um drogado. Seja o abandonado fisicamente, ou o abandonado emocionalmente. Disso sabemos porque a vida noturna e a vida secreta de uma cidade, não escampam aos olhos de um policial. O metabolismo da sociedade, tudo aquilo que se passa nas ruas e nas rodas de suas engrenagens, são sentidos pela tropa. E isto engloba ambos os abandonados, o fisicamente, que é mais escancarado, e o emocionalmente, que é aquele não enfrentam dificuldades com vestimentas, alimentação, teto e escola. O abandonado emocionalmente tem quase tudo e geralmente os pais são providos de bens e boa renda, todavia, os pais não oferecem a necessária atenção, carinho e acompanhamento dos seus pupilos, tornando-os pessoas com dificuldades de relacionamento e fechadas em seus mundos, propiciando a aventura nas drogas.
Em suma, o desamor caminha próximo ao excesso de amor. São dois extremos que provocam efeitos danosos aos nossos filhos. Devemos aprender melhor com as outras espécies de mamíferos, onde é uma regra entre eles: não há abandono de suas crias precocemente, cuidam e preparam para os desafios da sobrevivência para depois deixá-los partir. Filhos devem ser regados e observados o tempo todo; não deve haver limites de observância, pois limites mais cruéis o mundo dará, caso você não assuma seu pater poder. Sobre essa vigilância, trataremos a seguir.
A falta de vigilância por parte dos pais é um encaminhamento dos filhos ao desatino. Algumas vezes os pais pensam: “Ah, ele já é rapazinho, ou ela já mocinha, devo respeitar a privacidade dele(a)”. Onde já se viu um (a) garoto (a) de 14 ou 15 anos, ou mesmo 16 anos, ter privacidade nos seus atos? Os pais podem e devem saber o que os filhos nessa idade estão fazendo. É uma fase fértil demais com curiosidades incessantes.
Já olharam o WhatsApp dos seus filhos? Já deram uma espiada na galeria do celular? Pra saber, p. ex., se não estão enviando nudes ou se prostituindo via celular? Você pai, já esteve na escola do seu filho (a), para conversar com os professores e com a direção da escola sobre o comportamento do seu filho? Sabe qual a procedência e o comportamento das amizades dos seus filhos? Se as respostas forem negativas, é um indicativo de que você está negligenciando na vigilância dos seus filhos. Não está cumprindo a sagrada função de sentinela. É comum em nossas abordagens encontrarmos garotos consumindo drogas e quando questionados se os pais sabem, eles logo admitem que não, além de demonstrarem medo e vergonha caso os pais descubram. Os filhos conseguem esconder bem essas coisas daqueles pais vacilantes na vigilância.
A vigilância trará aos pais os indícios de quando os filhos estão imitando, e tomando como referência comportamental, aqueles amigos desvirtuados de bons costumes, dados à rebeldia e às condutas marginais. Quando Suzane Richthofen abriu as portas de sua residência, para o assassinato dos seus pais, na madrugada do dia 31 de outubro de 2002, em conluio com os irmãos Cravinhos, estava ela, em exercício de arbítrio próprio, mas sem vigilância dos seus genitores. Os pais não acreditam que seus filhos possam maquinar o mal de maneira tão bem arquitetada, ao ponto de fazer o mal aos membros da própria família. É um engano desconsiderar essa hipótese de um plano maligno advindo dos próprios filhos, mas as chances de você ser surpreendido por esse plano, quando a vigilância for exercida, será bem menor.
Quem iria imaginar que um garoto de 13 anos de idade, filhos de policiais militares, viria executar seus próprios pais, além de mais duas pessoas, tia e avó, segundo laudos periciais do DHPP/SP? Existem muitas discussões leigas sobre o fato, entretanto, os órgãos técnicos já dão o caso por encerrado. Refiro-me à tragédia da família Pesseghini, em agosto de 2013, em São Paulo. As evidências, mesmo para um leigo, apontam que o garoto cometeu os crimes e depois se suicidou.
Queira você aceitar ou não, seus filhos, mesmo adolescentes, tem condições de maquinar o mal às escondidas, e caso você seja ausente em vigilância, descobrirá a “ignomínia” já formada e enraizada nas crias. Vigilância é amor! Os pais devem estar com os olhos voltados para os filhos da mesma forma que uma sobra acompanha seu possuidor, de forma silenciosa e sem estardalhaço. O próprio Cristo, em seus últimos instantes, antes de ser preso, em uma tristeza mortal, disse aos seus discípulos para orar e permanecer vigilante, pois ele sabia que as tentações são constantes (Mat. 26: 38 41). Portanto, pais, não sejam ingênuos, vigiem vossos filhos; a ovelha, de boa-fé e carregada de ingenuidade, acha que lobo nunca virá, ao contrário do cão-pastor, que se prepara e aguarda o lobo a todo instante.
O outro aspecto fundamental que impede detectar que os filhos estejam se lançando em aventuras periculosas, é a inocência. Inocência de boa-fé é duvidar que os filhos jamais traiam a confiança, ou farão diferente daquilo que aprendem em casa. Geralmente os filhos quando em caminhos tortuosos, se aproveitam da ingenuidade dos pais. Os coleguinhas, igualmente menores infratores, ainda dizem: “seus pais são uns bobões, tudo que você conta eles acreditam”. E realmente, os pais inocentes são uns bobões. Como pode seu filho chegar em casa com objetos que você não os deu, e acreditar na versão que ele conta como adquiriu, sem ao menos ir buscar a veracidade? Um tênis, um celular, uma roupa etc.; qualquer objeto novo que seu filho apareça, ou qualquer objeto que desapareça da sua residência, a luz vermelha deve acender. Atenção, vá averiguar!
Tenho notado muita inocência dos pais no dia-a-dia policial. Outro dia, estava com um garoto de 18 anos, preso e sob minha custódia, aguardando audiência no judiciário, derivado de um roubo de celular. Seus pais se aproximaram da sala de custódia e pediram para falar com o filho, deixei. Eles se abraçaram e comovidos choraram. O garoto estava algemado. Ali deixei que eles conversassem. A mãe com o lenço na mão, e lagrimas incessantes, dizia para o filho: “A mãe te ama! Tenho fé que essa injustiça será corrigida hoje, em nome de Jesus”. O pai, mais tácito, aludia que seu filho era inocente, e que era um bom menino. Eu não me atrevi a dizer nada naquele momento, somente desejei boa sorte ao garoto quando este foi chamado perante o meritíssimo. Duas horas depois o garoto retornou para a sala de custodia, algemado e com lagrimas nos olhos; nas mãos a sentença. Fora condenado a sete anos e meio de prisão. A mãe desmaiou e o pai, mais durão, se desmanchou em lagrimas. Comoção geral. E nós, os PMs, somente gerenciamos e providenciamos a viatura para escoltar o condenado. E por que vi inocência nos pais? Porque aquele garoto já era conhecido nosso. Já algum tempo estava roubando nas proximidades da Estação. Era usuário de droga, e algumas vezes o apanhamos em brigas. Para nós, ele era um jovem de comportamento totalmente desviante, já sabíamos a trajetória escandalosa dele. Já os pais, em sua ingenuidade, acreditavam na inocência do garoto e diziam que ele nunca tinha roubado nada de ninguém. Paciência. O fato é que o garoto está preso, e talvez os pais sejam os responsáveis por tal infelicidade.
Recentemente estive numa situação extremada de inocência por parte de uma mãe. Em diligência, flagrei em torno de uma dúzia de jovenzinhos, meninos e meninas, fumando maconha. Eram todos muito jovens, mas um me chamou atenção porque era muito franzino e estava com um caderno na mão e trajando farda da escola. Aproximei dele e perguntei a idade, disse-me que tinha 12 anos de idade. Acabou confessando que estava usando a droga há algum tempo e iniciou através de um coleguinha que estudava na mesma sala. Ao final da abordagem, deixei uma guarnição fazendo o procedimento com os infratores, e coloquei o garoto de 12 anos na viatura e fui levá-lo na residência dele. Ao chegar à residência a mãe veio me receber e expliquei toda a situação, alertando-a para os perigos futuros. A mãe do garoto não acreditou em nada do que contei a ela e ainda hostilizou a guarnição, dizendo não ser possível e que estávamos criando histórias; que o filho dela só tinha 12 anos, era uma criança ainda e tal e tal. Não tive mais o que fazer, retirei-me daquele lugar com a sensação de uma tragédia anunciada.
E por fim a última causa, que é a não compreensão dos sinais, que os filhos emitem quando começam a fazer uso de algum tipo de droga, ou a praticarem pequenos furtos e roubos para sustentarem o vício, ou ainda simplesmente para inserção social ao mundo que eles acham bacana ou irado.
Sobre esta inserção social, Robert Merton dizia que esse comportamento se denomina de “Anomia Social”. É quando os fins culturais não são atingidos pelos meios institucionalizados, ou seja, o garoto deseja um tênis da moda, mas não tem emprego nem seus pais podem lhes fornecer, então ele, para atingir os fins culturais, tentam conseguir o tênis por via ilegal. É ai que surge, segundo o teórico, o comportamento desviante e marginal. Segundo ele, este é o porquê de o comportamento marginal ser mais constante nas classes menos favorecidas e por isso mesmo são etiquetados como marginais. Mas voltemos aos sinais que os adolescentes e jovens emitem quando ingressam no mundo das drogas.
Todos os fenômenos da natureza emitem sinais antes de acontecerem. Há sempre um prelúdio, é por isso que o matuto sabe quando jogar a semente ao chão; a interpretar o voo de alguns pássaros ou o florescer de algumas plantas. Tudo é sinal que o mateiro identifica e usa para sua sobrevivência. Mesmo o coração, emite sinais inconfundíveis quando o amor bate à porta, e diante da pessoa amada o corpo manifesta sinais facilmente perceptíveis a um observador. Assim também o garoto (a) emite sinais muito característicos de quando estão usando drogas. Qualquer policial identifica facilmente esses aspectos. Talvez seja por isso que nos tacham de preconceituosos o tempo todo, mas a vivência e a vastidão de contatos, em diligência, com pessoas nessa situação, nos autoriza a apontar alguns sinais, que você pai e mãe, devem atentar a partir de hoje.
Passo a enumerar alguns pontos cruciais que você deve observar para identificar se seu filho está usando drogas. Mesmo que você se encaixe em algum dos pontos que relatei acima, se debruce sobre estes sinais e compare com o atual comportamento dos seus filhos. São eles:
1º - Quando o filho começa a pedir dinheiro além do normal, ou quando começa a sumir objetos de dentro de casa. A boca de fumo, ou traficante da esquina, não somente aceita dinheiro. Objetos também são aceitos, geralmente por valores bem menores. Certa feita flagrei um menor com uma dúzia de copos da cristaleira de sua mãe, indo trocar por droga na boca de fumo, tamanha era a dependência daquele guri;
2º - Alteração nos horários de sono acompanhados de alterações de humor com euforias ou choros; mudanças repentinas de comportamento. Geralmente o sono é a primeira coisa a ser afetada, seja pelas relações da substância no organismo, ou pela dinâmica dos horários do tráfico e de uso da droga;
3º - Desleixo. Descuido com aparência pessoal. Geralmente passam a ser negligentes com roupas e com higiene pessoal. Não se importam mais se a roupa está suja ou rasgada; passam a andar fedendo. Nessa situação o (a) jovem tem uma diminuição de interesse por atividades cotidianas;
4º- Hálito de fumante. Ponta dos dedos queimados ou grudentos e olhos avermelhados. O uso da maconha e do craque carecem de fogo, e o uso do isqueiro, associado à queima da droga, acabam manchando as pontas dos dedos. Alguns garotos mais maquiavélicos usam certos adaptadores para evitarem esses traços, no entanto, os lábios quase sempre pálidos, e o hálito forte, são indícios que denunciam o usuário;
5º - Novos amigos de condutas diferentes dos amigos habituais. Novos amigos representam novos olhares e novos comportamentos; amigos novos merecem uma atenção especial dos pais. Principalmente aquelas amizades adquiridas em festas e baladas. Nas festas e baladas rolam de tudo, desde um lança perfume, até um pino de cocaína usado nos banheiros. Amigos novos influenciam por demais os filhos. Eles são a porta de entrada para muitas coisas, inclusive as drogas;
6º - Mudança de comportamento na escola. Desencanto com a educação e falta de interesse para estudar. Geralmente a droga é uma novidade tão forte que acaba superando antigas prioridades. Aquilo que é basilar em um lar, em termos de valores e prioridades, a droga suplanta. Observe se na mudança de comportamento, existe inquietação, irritabilidade e ansiedade para além do normal. São reações pós-efeito da droga no organismo;
7º - Linguajar diferente. Usuários de droga quase sempre tem um vocabulário pesado e carregado de gírias. Chegam a sentir orgulho de falarem com gírias produzidas pelo universo dos “noias”, ou “sacizeiros” (Zé Droguinhas). Pode ser meio difícil descobrir esse aspecto porque os filhos em casa se comportam de forma diferente de como se comportam na rua. Acredite, em alguns casos, seu filho (a) é um ator de mão cheia, chegando a produzir uma dupla personalidade, uma para casa, diante da família; e outra para a rua, como verdadeiramente o é;
8º - Noites na rua. Outro dia, numa pista de skate, no parque da cidade, por volta das 02h00 da madrugada, abordei uma turminha de 05 jovens e com eles encontrei maconha, crack e aguardente. Eles estavam muito bem trajados e limpos. Uma garota de 16 anos estava presente, e foi justamente ela a quem indaguei se os pais dela sabiam onde ela estava. Disse que sim. Mas percebi que ela estava mentindo. Então dei duas opções a ela: ou ela iria na viatura até a sua casa, onde eu a entregaria ao seu pai; ou ela telefonaria para seu pai para ele ter ciência do local em que a filha estava e o que estava fazendo. A contragosto, ela acabou ligando para o pai. Então falei com o pai da garota e expliquei toda a situação. Do outro lado linha ouvi soluços, o pai se sentiu traído. Relatou que a filha pediu dinheiro para ir lanchar com os coleguinhas da escola e que depois iria dormir na casa de uma amiga. Agradeceu-me muito e foi até o local buscar a filha. Noites fora de casa são um perigo terrível par o jovem, geralmente ela, a noite, convida para a fuga e vasão de desejos reprimidos;
Finalizo aludindo que seu filho é uma dádiva doce e bela, superior ao poema mais belo de Drummond; ou à obra prima de Oscar Nieymaier. É a imagem e semelhança de Deus! É preciso cuidar, pois é uma experiência tremendamente triste ter filho drogado em casa. Tira a paz e alarga o sofrimento de qualquer pai ou mãe. Representa uma cruz pesada, que todos os membros da família acabam partilhando, mesmo os parentes mais distantes. É um suplício. Não vacile, abra o olho e evite um fim nefasto para sua prole. É seu dever educar e zelar pelo seu filho, ele não veio ao mundo porque solicitou, mas foi você quem o trouxe. Assuma a responsabilidade e o trate com amor benévolo e equilibrado. É preciso aprender a dizer não com a mesma alegria e facilidade que você diz sim a eles. Faça-os compreenderem que o não dos pais, por mais duro que seja, é um cuidado com o amanhã. No amanhã está o abismo e o fracasso, mas lá também reside o sucesso e a cidadania. Não embarque em teorias românticas, na criação e cuidado com os filhos, nessa jornada não há espaço para aventuras pedagógicas de especialistas de gabinete.
A maternidade e a paternidade são os traços de amor mais poderosos existente na raça humana, é o que dá sentido à existência. Se privar dessa particularidade é como passar pela vida sem sentir o amor Excelsior. Entretanto... o Excelsior amor, será mais duro e incompleto, tendo em sua vida um filho drogado. Cuide!
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