Morreu na noite desta quinta-feira (31), aos 100 anos de idade um dos maiores repentistas do Nordeste, João Batista Bernardo, conhecido como João Furiba, que nasceu em 04 de julho, em Taquaritinga do Norte-PE e viveu boa parte da vida em Sumé, no Cariri Paraibano, e atualmente morava em Triunfo-PB.
O artista que era um dos maiores nomes da viola e faleceu no hospital regional de Cajazeiras.
João começou a se interessar pela cantoria ainda criança decorando versos que achava bonitos. Pedia sempre ao pai para convidar cantadores para irem cantar em sua casa. Aos 12 anos de idade fez dupla com o irmão Vicente e com ele passou a se apresentar em cidades e vilas da região de Taquaritinga do Norte. Aos 15 anos foi para Campina Grande onde fez sucesso cantando ao lado de cantadores como Canhotinho, Josué da Cruz, José Alves Sobrinho, Manoel Raimundo de Barros, Manoel Soares, e outros.
Em 1978, participou em Campina Grande, Paraíba, do V Congresso Nacional de Violeiros no qual cantou dois desafios com João Bandeira: “Amor de mulher casada é bom mas é perigoso” e “Morre cego sem ter prazer na vida quem não viu uma festa no sertão”.
Esses desafios foram lançados em disco pelo selo Marcus Pereira em 1980, no LP “Violas e repentes – 2 – V Congresso Nacional de Violeiros”, gravado ao vivo. Em 2006, participou do 5º Concane – Congresso de Cantadores do Nordetse, realizado na cidade de Recife, Pernambuco. Ao longo da carreira participou de inúmeros congressos e recebeu mais de 30 troféus em festivais de violeiros tendo obtido o primeiro lugar em 13 deles.
Alguns versos de João Furiba:
Certa vez, cantando com Manuel Laurindo que terminou uma estrofe afirmando sua admiração pelo “o tigre da mão chata”. Furiba sapecou essa imortal sextilha, peça obrigatória no arquivo das obras geniais.
“Eu admiro é a barata
Saber voar e correr,
Chega na lata de açúcar
Bate um baião pra comer,
O que come é muito pouco,
Mas bota o resto a perder.”
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