Os primeiros reflexos do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte, já são percebidos no Rio Paraopeba. A lama acumulada passou a “represar” a água do rio, que ficou escassa e baixou de nível em determinadas partes do curso do rio. Com isso, peixes começaram a morrer.
Segundo relatos de moradores de Brumadinho à reportagem, o nível da água baixou até 2 metros. “Tem muitos peixes morrendo na beirada, porque não tem água para eles mais. Dá para ver de longe. É muito peixe perdendo. É muito triste a situação”, lamenta Marcos Vinicius Santana. O Rio Paraopeba, que corta Brumadinho, está represado. Com isso, os peixes começam a morrer na encosta.
Os peixes mais encontrados são corvinas, curimbatás, surubins e dourados. Existe a preocupação de que outras partes do Paraopeba, além da que corta Brumadinho, também sofram com os reflexos da tragédia - seja em função da lama, seja por conta de uma eventual contaminação da água com rejeitos de minério da barragem da Vale.
A bacia do Paraopeba cobre 48 cidades de Minas Gerais. Somadas, as populações desses municípios ultrapassam 1,3 milhão de habitantes, segundo dados do Censo Demográfico de 2010. Estima-se que esse número aumentou ao longo dos últimos nove anos. O Paraopeba tem área de 12.054,25 km², que corresponde a 5,14% do território da bacia do rio São Francisco. Existe, portanto, a preocupação de que os rejeitos possam atingir até mesmo o mar.
A nascente está localizada em Cristiano Otoni, Mesorregião Metropolitana de BH, e tem foz na represa de Três Marias, no município de Felixlândia, na Região Central de Minas Gerais. Os principais rios da bacia são o Paraopeba, o Águas Claras, o Macaúbas, o Betim, o Camapuã e o Manso.
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