O pastor Edson Alberto Queiroz da Silva, conhecido como Pastor Eddy de Jesus, foi preso, ontem quarta-feira (16), por policiais da Delegacia do Cabo de Santo Agostinho. O homem, de 41 anos, é suspeito de cometer violência física e psicológica contra nove mulheres e três crianças, além de cárcere privado. O pastor tinha um abrigo, que funcionava sem autorização, para usuários de drogas no município, que pode ser considerado uma espécie de centro de tortura. Até cobras usava nos atos de punição. A prisão preventiva dele em validade de 30 dias e foi concedida pela 2ª Vara Criminal.
De acordo com a delegada titular do Cabo, Natasha Dolci, a polícia soube dos casos depois de denúncia feita pela mãe de uma das crianças ao Conselho Tutelar do Cabo, na última segunda-feira (15/1). Os relatos são de que Eddy era violento com as internas, batia nelas com correntes e mangueiras, dentre outras práticas.
"Ele tinha um quarto do castigo, para onde as vítimas ia passar até três dias, trancadas no escuro e sem alimentação. Ele também criava duas cobras, que segundo os relatos eram jogadas nesse espaço para amedrontar as mulheres e crianças", explicou Natasha Dolci.
As vítimas também apanhavam para comer, sofriam ameaças e passavam a noite em um imóvel trancado com cadeado. Não havia maçaneta, então as vítimas ficavam sem comunicação. Ao chegar ao local onde ocorria essas práticas, denominado Centro Pentecostal Jovem Resgate, a polícia encontrou um ambiente insalubre.
"São quatro casas, em um sítio, das quais apenas uma tinha mantimentos e condições adequadas. A que as vítimas estavam não tinha geladeira, fogão, apenas camas e sofá. Uma condição bem inslubre", detalhou a delegada.
Um grupo de cinco pessoas que foi encontrado no local chegou a negar a prática de tortura, mas a polícia desconfia que são pessoas trazidas pelo pastor para desmentir os casos. Ele também teria se desfeito das duas cobras que criava nessa terça-feira, segundo testemunhas.
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