O “tempo da política”, dizem os entendidos, é muito diferente do tempo real. Ainda faltam quase dois anos para as eleições de 2020, mas a disputa já começa a pegar fogo em várias cidades Pernambuco adentro. A coluna fará uma análise dos cenários dos principais municípios, que, apesar de preliminares, já começam a dar o tom do embate. O primeiro será Petrolina, uma terra icônica, com muita tradição na política, e que promete viver um verdadeiro clássico eleitoral, com, pelo menos, cinco ou seis candidatos competitivos.
Vamos analisá-los um a um, começando pelo jovem prefeito Miguel Coelho, oriundo de uma família tradicional na política, que já foi tudo em Pernambuco. O terceiro filho do senador Fernando Bezerra Coelho, ele vem fazendo um governo arrojado, com muitas obras e ações, frutos da grande articulação que o pai teve no Governo Temer, o que resultou em muito dinheiro para o prefeito investir. Miguel larga na frente, sabe fazer política, tem a máquina na mão. Contudo, não pode desprezar seus fortes adversários.
Dois desses concorrentes são ex-prefeitos experientes, que têm uma votação própria e serviços prestados à cidade: Odacy Amorim e Júlio Lóssio. Mesmo não tendo obtido êxito nas urnas este ano, os dois já se articulam para voltar a disputar a prefeitura com a simpatia do Palácio do Campo das Princesas, que fará de tudo para enfraquecer FBC no seu quintal. Sem mandato, a dupla está livre para fazer política na cidade. Eles também não sofrem o desgaste de governar, o que facilita no convencimento do povo. Sabem fazer campanha e têm grupo.
Com a candidatura praticamente na rua, o deputado estadual Lucas Ramos entrará na sua primeira disputa majoritária. Isso é um fato. Nesse sentido, o filho do conselheiro Ranilson Ramos, do TCE, tem aumentado o tom das críticas ao prefeito. Lucas, que no último pleito retirou sua pré-candidatura para o PSB lançar Miguel, vai, agora, cobrar a fatura do partido e tentar a chancela da legenda para concorrer. As cartas já foram lançadas. A disputa está aberta; e os jogadores, ansiosos para fazer gol.
Não se descarta, ainda, o deputado federal Gonzaga Patriota, outro que, com votação própria, ainda não enterrou a possibilidade de voltar a disputar a prefeitura. Gonzaga pode ser acionado em uma composição com o Palácio. Quem também corre por fora é o vereador Gabriel Menezes, que quer vincular sua imagem a Jair Bolsonaro e se lançar como candidato do presidente. Se Bolsonaro estiver bem daqui a dois anos, ótimo para Gabriel. Se não estiver, a coisa complica.
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