Atletas temem redução de verba para Sistema S e preveem prejuízo nos serviços oferecidos

23 de Dec / 2018 às 08h00 | Esporte

O anúncio do corte nos recursos destinados ao Sistema S tem repercutido entre empresários, políticos, personalidades e, agora, entre atletas patrocinados pelo Serviço Social da Indústria (SESI). O principal argumento é de que a redução de até 50% no valor repassado pelo governo às entidades ligadas ao Sistema S prejudicará não apenas os incentivos ao esporte, como trará impactos sociais relevantes, com prejuízo nas atividades voltadas ao treinamento profissional, pesquisa e assistência técnica e social de jovens no país. Em todo o Brasil, SESI e SENAI têm mais de mil escolas.

Apontado como o segundo melhor atleta do país no Triathlon Paralímpico, Ivanildo Vasconcelos participou de seis paraolimpíadas com apoio e patrocínio do SESI. Conquistou cinco medalhas e decidiu contar toda essa história no livro Ivanildo Vasconcelos: Braçadas na vida. Ivanildo era criança, quando foi acometido por uma paralisia infantil.

Segundo o atleta, toda a vida dele foi construída por meio do apoio do SESI e SENAI. “Também estudei nas unidades do SESI, onde tive condições de concluir os estudos e, hoje, sou concursado, funcionário público federal. Agradeço o SESI de coração, um sistema que funciona, tenho orgulho de dizer que faço parte e tive apoio e visto a camisa com muito amor’, afirma Ivanildo.

Uma das plataformas de patrocínio é por meio do Programa Atleta do Futuro. Que promove formação e cultura esportiva, gratuitamente, para crianças e jovens de 6 a 17 anos. A proposta é contribuir para a garantia do direito de acesso ao esporte de qualidade, que alinha o esporte ao desenvolvimento integral dos participantes. Só em São Paulo, o programa atendeu em 2017 aproximadamente 100 mil alunos em 187 municípios, com mais de 25 modalidades. Veja detalhes aqui.

A atleta olímpica pernambucana de natação Joanna Maranhão foi atleta do SESI. Ela lembra que foi nessa época que conseguiu, pela primeira vez, comprar o primeiro maiô de competição, investir mais na carreira e fazer viagens internacionais. “Sempre esteve presente na minha vida e, principalmente, quando sai da base para me tornar profissional, foi o apoio do SESI que foi crucial para isso”, afirma a atleta. Segundo Joana, a sigla S é sinal de resistência para jovens do país. “Local que tem acesso a esporte, cultura, a arte de qualidade e sem ser muito caro, acessível para a maioria da população. É a democratização do que é direito de cada cidadão e deveria ser promovido pelo estado”, pondera Joana.

Treinador da Joanna, João Reinaldo Costa Lima, o Nikita, treinou a primeira equipe em piscinas do SESI em 1995. Foi neste mesmo ano que ele também conseguiu o primeiro patrocínio do SESI regional, em Pernambuco, depois do SESI Nacional. “Tivemos apoio extraordinário e com esse apoio conseguimos formar uma grande equipe que foi campeã no estadual, norte e nordeste, e uma das melhores equipes do país”, lembra Nikita. Além de Joanna Maranhão, outros nomes de peso da natação, como Paula Baracho, fizeram parte da equipe de Nikita. Para ele, incentivos são fundamentais para o desenvolvimento do esporte. “Sem ele (SESI), a natação pernambucana estaria muito, mas muito ruim porque o esporte principalmente, a natação e outros esportes, sem a ajuda desses órgãos que podem ajudar não vai a lugar nenhum”, observa.

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Por Camila Costa da Agência do Rádio Mais

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