Um quantitativo de 200 mil mudas de árvores de espécies nativas da Caatinga e Mata Atlântica será plantado em Pernambuco e Paraíba, sendo metade em cada estado, ainda no primeiro semestre de 2019. A iniciativa, do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), integra a campanha "ReNordestando - Juntos pela Restauração dos Ecossistemas Nordestinos", a ser lançada na próxima semana pela ONG ambiental.
A ação pretende arrecadar um valor simbólico de R$ 10 por cada muda e tem como alvo sensibilizar empresas, viveiristas e instituições da sociedade civil. A campanha estará abrigada na página eletrônica do Cepan e redes sociais (Instagram e Facebook) até o mês de fevereiro. Lá serão disponibilizadas informações de como participar e doar a quantia. Em 18 anos que o Cepan atua a favor das causas ambientais, esta é a maior ação de reflorestamento em nível regional.
Em Pernambuco, as áreas prioritárias serão as de recarga de aquífero, como as de preservação permanente (APP) e Brejos de Altitude, e municípios do Sertão do Pajeú, inseridos no semiárido pernambucano. De acordo com o biólogo e diretor-presidente do Cepan, Severino Ribeiro, a pegada principal da campanha é mostrar que nem sempre é preciso esperar pelo poder público.
"Nossa meta é chegar às 200 mil mudas, mas para isto, precisamos de parceiros. A campanha vem para sensibilizar e mostrar que podemos fazer algo para recuperar os nossos ecossistemas", reforça. A maior iniciativa de restauração foi com o plantio de dois milhões de árvores na Mata Atlântica brasileira em parceria com a Ecosia, buscador semelhante ao Google onde, pelo menos, 80% de sua receita com buscas segue para o programa de proteção a florestas tropicais.
Um estudo divulgado recentemente pelo Cepan, em parceria com o Laboratório de Ecologia Aplicada da UFPE, apontou que dos sete milhões de hectares de Caatinga mapeados no Estado, mais da metade foi perdida para a agricultura e pastagens.
Na avaliação de Ribeiro, essa realidade foi o ponto-chave para a ONG pensar encabeçar uma campanha de reflorestamento.
"Nos últimos três anos, perdemos Mata Atlântica e Caatinga numa celeridade absurda. As flexibilizações nas legislações ambientais tem contribuído para esse cenário e fica ainda a dúvida se as compensações ambientais, de fato, são feitas no Estado. Mas, temos como fazer algo enquanto sociedade", reforça.
A ideia da ONG é também estimular as instituições doadoras a participarem das ações de plantio. "É uma forma de mostrarmos, na prática, como o dinheiro doado será aplicado. Estaremos à frente da aquisição das mudas, plantio e monitoramento das mudas. É preciso ter esse acompanhamento para a iniciativa ter sucesso", salienta o gestor do Cepan. Outras informações sobre como participar podem ser obtidas por meio do telefone (81) 3423.5851.
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