Nove jovens e três assentados investem na criação de uma agroindústria, que já manufatura 17 produtos diversificados, ampliando a renda de suas famílias. Os jovens são filhas e filhos de agricultores assentados, da área de reforma agrária Baixão, situado na zona rural do município de Itaetê, na região da Chapada Diamantina, na Bahia.
O grupo criou a agroindústria Agryba Sabores, que todo mês fabrica 397 quilos de produtos, além de 375 unidades de outros itens. Entre os produtos estão: biscoitos, broa de milho, cocada, bolos, temperos e o carro-chefe do projeto, polpa de frutas. Os preços variam entre R$ 0,50 a R$ 20,00.
Eles entregam produtos para as escolas municipais, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), além de produzirem por encomenda. Mesmo com estrutura enxuta, os jovens empreendedores da reforma agrária fabricam, por mês, 50 quilos de tempero de arroz, 150 quilos de polpa de fruta, 150 pamonhas e 100 quilos de chimango (que é um biscoito típico da região do Sudoeste do estado).
“Hoje temos uma variedade de produtos, mas a nossa principal matéria prima é a mandioca e as frutas da região” conta Alana Oliveira, uma das fundadoras da agroindústria. A Agryba comercializa também produtos in natura como mandioca, banana da prata, café, batata-doce, inhame e abóbora.
De acordo com Alana, o faturamento diminui com o fim do período escolar. “Até o retorno das aulas, focamos nas encomendas e na participação de feiras da agricultura familiar”, acrescenta.
O assentamento Baixão foi criado em 1999 pelo Incra, numa área de 3,5 mil hectares, onde vivem 140 famílias.
Decididas a permanecer com suas famílias no assentamento, em 2014, Alana, que tinha acabado de concluir o curso superior de Tecnologia em Agroindústria, e a amiga Maria Aparecida Coelho, formada em magistério, começaram a investir em produção e venda de crepe suíço.
Explorando novos caminhos, em 2015, as sócias entraram para o PNAE, onde começaram a fabricar polpa de frutas oriundas do assentamento. “Decidimos construir nossa cozinha com o apoio de nossas famílias. Assim, agregamos valor aos produtos da agricultura familiar”, frisa Alana sobre o começo da Agryba Sabores, que hoje é composta por nove jovens filhos de assentados e três assentados.
Apesar das dificuldades com a infraestrutura e suporte técnico para a aquisição do selo da agricultura familiar, Alana e Maria Aparecida, as idealizadoras do projeto, afirmam que a iniciativa tem dado certo. “Essa é a forma que encontramos de continuar no assentamento e ajudar nossas famílias. Já conseguimos ampliar o espaço e compramos alguns equipamentos para ajudar na fabricação”, conta Alana.
O nome da agroindústria Agryba Sabores é de origem indígena. O termo “Agr” vem de agricultura e “yba”, de fruto ou árvore, em tupi-guarani.
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