Foi realizada, no início desta semana, dia 10 de dezembro, a Aula Magna do primeiro curso de bacharelado em Agroecologia por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) no país, resultado de parceria entre o Incra e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A solenidade aconteceu no Centro de Ciências Agrárias (Ceca) e teve a presença do superintendente do Incra, César Lira; da reitora da Ufal, Valéria Correia; de alunos e de representantes do programa e de movimentos sociais.
O curso conta com 50 alunos dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Durante a Aula Magna, os estudantes cantaram e declamaram poesias com referências ao direito à terra e à agricultura familiar. Para a representante dos educandos, Silvania Soares, o espaço na universidade está sendo ocupado com luta, resistência e ousadia. “Enquanto estivermos cursando esse bacharelado faremos o possível para aprender o máximo, pois o nosso objetivo é voltar e tornar os nossos assentamentos cem por cento agroecológicos”, avalia.
A representante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Débora Nunes, considera o curso um passo importante para a construção da reforma agrária para além da distribuição da terra, com acesso ao conhecimento. “Estar aqui vinte anos depois da primeira turma de jovens e adultos do Pronera em Alagoas mostra que estamos no caminho certo”, completou.
O superintendente do Incra em Alagoas, César Lira, parabenizou os futuros agroecólogos e destacou a importância da educação no campo e o fortalecimento do Pronera no estado. “A luta foi grande para trazer os recursos e tornar isso realidade e estamos coroando todo o esforço com um curso superior inédito no país no âmbito do programa”, disse.
Para a reitora da Ufal, Valéria Correia, o momento é memorável para a universidade e para os alunos com o início do curso - a centésima graduação da instituição -, que vai contra a corrente do uso de agrotóxicos e em sintonia com a natureza. “Estamos numa caminhada positiva frente a grandes dificuldades, com o Pronera e com a assinatura dos primeiros contratos para a aquisição institucional dos primeiros produtos da agricultura familiar para os restaurantes universitários. Temos uma universidade socialmente referenciada, que serve à sociedade”, acrescentou.
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