A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o programa Hortifruti Saber & Saúde lançaram recentemente o relatório "Cenário Hortifruti Brasil".
O documento reúne, pela primeira vez, informações sobre o perfil dos agricultores, a produção e a distribuição de 24 cultivos de frutas e hortaliças. O documento revela que a fruticultura e a olericultura brasileiras (cultivo de legumes e verduras) são atividades de grande importância social, gerando aproximadamente 13 milhões de empregos diretos e indiretos no País.
Além disso, o material aponta para a mudança da distribuição geográfica desses plantios, que veem suas áreas em regiões tradicionais serem diminuídas, a exemplo de São Paulo, Minas Gerais e Sul do País, enquanto o Nordeste expande sua produção, principalmente no Rio Grande do Norte, no Ceará e na Bahia. Nessa última, a expansão ocorre principalmente nas regiões do Vale do São Francisco (divisa entre Bahia e Pernambuco), Irecê e Chapada Diamantina.
Segundo Adriana Brondani, coordenadora científica do programa Hortifruti Saber e Saúde, "essa mudança acontece em função de condições climáticas, e de relevo mais favoráveis, além do uso de tecnologias, valor mais acessível da terra e incentivos para o desenvolvimento agrário". Além disso, para a especialista, "colaboram para essa expansão o aumento da demanda por frutas e hortaliças no mercado doméstico e a expansão das exportações dos produtos brasileiros".
O levantamento aponta, ainda, para as políticas de incentivo à irrigação ocorridas no Nordeste, que levaram grande desenvolvimento socioeconômico para as populações rurais e ajudaram a fixar os agricultores no campo.
Dentre os cultivos analisados pelo relatório, o melão é destaque, já que os cinco maiores estados produtores do País estão na região. Além disso, as outras culturas em que o Nordeste se destaca entre os maiores produtores são abacaxi, banana, manga, mamão e uva de mesa. Outro ponto que chama a atenção é o uso racional de insumos agrícolas e a adoção de tecnologia na região.
Segundo o material, a fertilização correta e a combinação de diversas práticas culturais, a exemplo de podas, resultam em um manejo otimizado de defensivos.
A cultura do melão vem se tornando um importante negócio para os produtores da região do semiárido irrigado brasileiro. Com bons rendimentos, é geradora de renda e empregos nos estados da Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Piauí e Pernambuco. A cultura do meloeiro na região Nordeste do Brasil tem a participação de diversos portes de agricultores: pequenos, médios e grandes. Por dispor de altas tecnologias e conhecimento capazes de dar suporte à qualidade e à quantidade da produção do meloeiro, o Brasil abastece mercados interno e externo, gerando emprego e renda para a população do semiárido nordestino.
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