Os Pais da garota Beatriz Angélica Mota assassinada em 10 de dezembro de 2015 nas instalações do Colégio Auxiliadora em Petrolina, Lúcia Mota e Sandro Romilton, encaminharam correspondência ao Blog Geraldo José nesta terça-feira, dia 11, explicando as razões da programação de uma manifestação nesta quarta-feira, 12, em Recife (PE).
Na nota, Sandro e Lucinha Mota esclarecem que "somos a parte mais interessada na resolução desse crime que destruiu as nossas vidas.Não somos irresponsáveis, nem levianos e principalmente não gostaríamos de testemunhar mais uma injustiça na sociedade. Sempre cobramos principalmente das autoridades policiais uma resposta célere e contundente. Desde o início participamos e colaboramos incansavelmente para que tudo seja esclarecido, custe o que custar, seja o que for, doa a quem doer. Sofremos diariamente com a angústia e impotência diante das situações que são reveladas oficialmente e muito mais com os vazamentos de informações (que deveriam estar sob sigilo) nas redes sociais. A cada nova revelação nós nos apegamos profundamente com a esperança renovada de termos um fechamento dessa tragédia que ainda vivemos.".
Os pais da garota Beatriz Angelica informam ainda que não estão imputando a autoria do crime a um suspeito que teria apagado imagens de arquivos da escola, mas defendem uma investigação mais apurada sobre este fato: "imagens haviam sido adulteradas ou apagadas, tivemos a certeza de que o caso seria solucionado naquele momento. Eis aí a ponta do novelo, dizíamos", informando ainda que " A equipe da Polícia Civil de Pernambuco periciou os equipamentos de gravação de imagens e foi comprovada a PROVA DA MATERIALIDADE e AUTORIA DOS CRIMES previstos nos artigos 342, caput e 347 do Código Penal, apontando um ex-funcionário do Colégio Maria Auxiliadora de Petrolina-PE como o responsável por apagar imagens captadas por câmeras em que aparece o suspeito do assassinato de nossa BEATRIZ", relataram.
Em outro trecho informaram que "a Força Tarefa do Ministério Público acatou e ratificou esse pedido de prisão preventiva feito pela delegada Poliana Nery. A juíza Elane Brandão Ribeiro também entendeu que tanto a prova da materialidade quanto a autoria desses crimes estavam presentes. O único motivo para o indeferimento foi relativo ao tempo da prática dos crimes praticados por ele, Allison Henrique, cometidos em 2016. Uma decisão, em primeira instância, que consideramos ser injusta. Em relação a esse argumento temos que perceber é que esse fato em si foi o mote do comprometimento de quase toda investigação, porque a partir do momento em que se deletou aquelas imagens não se pôde mais chegar com precisão ao autor ou autores do fato criminoso. Então, a questão da contemporaneidade não deveria ser vista no dia de hoje, mas em relação ao comprometimento que essa ação lá atrás trouxe para toda a investigação policial. Não é porque o crime é mais ou menos grave que eu vou dizer se uma pessoa deve ou não ser presa. O que se busca com a prisão preventiva nessa situação específica é a solução do inquérito policial. É a conveniência para a instrução processual futuramente", explicaram.
Sandro e Lucinha, acusam a escola de querer "inculcar nas pessoas de que a responsabilidade por ter apagado as imagens é da Polícia Civil de Pernambuco. Isso é lamentável. Contra provas não há argumentos. A verdade prevalecerá. O MPPE já recorreu dessa decisão. Não estamos nem mencionando fatos anteriores como: o sumiço de algumas chaves, a reforma na sala de ballet, a modificação da rotina de eventos da escola, a falta de segurança de um modo geral naquele fatídico evento. E quando soubemos que o Tribunal do Júri do Estado estaria reunido em uma audiência para deliberar sobre essa decisão nesta quarta-feira (12), achamos oportuno também nos fazer presente e torcer que a justiça realmente prevaleça.".
Os pais de Beatriz voltaram a reafirmar a confiança numa solução do caso: "Acreditamos nas instituições e no poder público. Cremos principalmente em DEUS. Não permitiremos que outra injustiça seja cometida contra nossa princesa BEATRIZ", concluiram.
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