A agroecologia se faz com gente organizada. Essa afirmação foi reproduzida diversas vezes nos últimos anos, após o MST tomar a decisão de avançar no debate da agroecologia nos assentamentos e acampamentos do MST em dez regiões da Bahia.
Desde então, experiências de transição agroecológica têm nascido nas comunidades, principalmente, no que diz respeito a construção de escolas e reorganização de centros de formação. Nesse sentido, a agroecologia tornou-se um debate transversal e ocupa espaços importantes na vida das famílias Sem Terra.
De acordo com Felipe Campelo, diz que a produção de alimentos saudáveis é consequência de uma luta histórica, que na Bahia já ultrapassa os 30 anos. O desafio da produção agroecológica entra como um instrumento que tem garantido um avanço significativo na produção das famílias Sem Terra”, explica Campelo.
No norte da Bahia, a luta pela terra é marcada pelo enfrentamento direto ao monopólio dos recursos hídricos, que tem se ampliado com a construção dos perímetros irrigados. Nesse contexto, a produção às margens desses perímetros tem ganhado o caráter da resistência em meio ao processo de implementação da agroecologia.
Adailton Santos, do Acampamento Abril Vermelho, em Juazeiro, conta que o processo de transição agroecológica é lento, mas tem avançado significativamente na região. “A gente precisa se conscientizar e conscientizar a companheirada e com esse processo, algumas pessoas estão se adaptando e mudando a forma de produzir”.
Ele afirma que existe iniciativas agroecológicas na produção de mudas, hortaliças, verduras e frutas. “Acredito que para o início está de bom grado”, enfatiza.
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