A Cia Biruta de Teatro (Petrolina/PE) foi anunciada, na quarta-feira (05/12), como a grande vencedora do I Prêmio Roberto de França (Pernalonga) de Teatro, na categoria espetáculo para infância e juventude. Representada pela peça "Chico e Flor contra os monstros da Ilha do Fogo", a Biruta concorreu ao prêmio de R$ 25 mil, com grupos teatrais de Arco Verde e Recife. Realizada pela Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco (Secult) e pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), a premiação tem como objetivo reconhecer, valorizar e incentivar o teatro pernambucano.
"Esse prêmio é importante para que a gente mostre cada vez mais o potencial da nossa região. Chico e Flor é um trabalho construído basicamente com artistas do Vale do São Francisco. Atores, direção e texto foram feitos por artistas da região, assim como a trilha sonora original, que é fruto de uma aliança com os músicos Moesio Belfort (Juazeiro/BA) e Carlos Hyuri (Petrolina/PE)", avalia Antônio Veronaldo, que é ator, diretor, dramaturgo e co-fundador da Cia Biruta de Teatro.
Para Veronaldo, o prêmio possibilita, ainda, ampliar o alcance dos espetáculos produzidos na região. "É importante fazer com que esse prêmio traga um olhar para os fazedores de teatro e de arte aqui do Vale do São Francisco, especialmente para Petrolina que é onde estamos ancorados. Para nós esse prêmio foi uma grande surpresa, é uma alegria tremenda ter esse reconhecimento no momento em que o grupo completa 10 anos", conta o artista.
"Chico e Flor contra os monstros da Ilha do Fogo" narra a história do barqueiro Chico, que viaja pelo rio São Francisco a procura da sua família, e da corajosa Flor, sua companheira de aventuras. A peça apresenta a poética de vivência com o Rio e o seu entorno a partir das lendas ribeirinhas e de uma narrativa de aventura e superação que tem como pano de fundo a relação que o ser humano estabelece com a cultura e a natureza, fundamentada na criação de elementos fantásticos e mágicos como modos de explicação, elaboração e transformação de mundo.
No palco, a história ganha vida com as atuações de Juliene Moura e Antonio Veronaldo, que também assina o texto e a direção do espetáculo, e a criação cenográfica com Uriel Bezerra. A Iluminação tem concepção de Carlos Thiago e execução de Deborah Harummy, trilha sonora e sonoplastia de Moesio Belfort e Carlos Hyuri, e apoio técnico de Camila Rodrigues e Letícia Rodrigues.
Desde a sua estreia, em maio de 2015, o espetáculo vem participando de festivais relevantes para a cena artística voltada para as crianças, tanto na cidade e no estado, quanto fora dele.
Entre os principais eventos e premiações do espetáculo estão o 11º Festival Nacional de Teatro Infantil de Feira de Santana – Fenatifs (Bahia, 2018); a III Mostra Internacional de Teatro da Paraíba (Sousa, 2017); o 23º Festival Janeiro de Grandes Espetáculos (Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco, Recife – PE, 2017), no qual foi indicado a 7 prêmios e ganhou 3 (melhor trilha sonora, melhor iluminação e melhor atriz); o II Festival de Teatro Wellington Monteclaro (Juazeiro – BA, 2017), onde foi premiado na categoria de melhor atriz e escolhido o segundo melhor espetáculo.
Criada em maio de 2008, o grupo tem atuado no sertão de Pernambuco, optando por aliar a produção teatral com ações de formação artística de jovens da periferia, o que deu origem ao Núcleo Biruta de Teatro, há 4 anos.
Na concepção de seus espetáculos, a Cia procura dialogar com as questões sociais e políticas do Brasil contemporâneo, apostando na pesquisa antropológica dos processos e práticas populares de cultura e resistência às margens do rio São Francisco, e no intercâmbio criativo com experiências e grupos de teatro locais, nacionais e internacionais.
A primeira edição do Prêmio homenageia o ator Roberto de França (Pernalonga), que fez parte do Grupo de Teatro Vivencial, do Recife, e foi de grande relevância para a cena artística do estado e para o combate ao preconceitos e intolerância em torno do fazer teatral como ferramenta para a transformação do meio social.
O Governo de Pernambuco destinou um valor no total de R$ 90.000,00 para esta primeira edição, dividido nas categorias Espetáculo Adulto, Espetáculo para a infância e juventude, Espetáculo Solo, Iniciativa Individual e Iniciativa Coletiva, contemplando um trabalho para cada especificidade.
A seleção foi feita pela Comissão de Seleção, composta por 4 jurados, Ana Carolina Marinho (São Paulo/SP) e Jorge de Paula (Recife/PE) como representantes da sociedade civil; e José Neto Barbosa (Assessor de Teatro e Ópera da Secult/PE) e Nelson Pontes (Assistente da Assessoria de Teatro e Ópera da Secult/PE).
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