Era visível a emoção nos olhos de antigos servidores que reviviam um pouco da história da antiga Escola Agrotécnica Dom Avelar Brandão Vilela, hoje campus Petrolina Zona Rural do Instituto Federal do Sertão Pernambucano.
A solenidade em comemoração ao aniversário de 30 anos do campus, realizada na sexta-feira (9), promoveu bem mais que uma celebração pela trajetória de conquistas, mas também um reencontro, um momento de rememorar as vivências do tempo de Agrotécnica e Cefet Petrolina, de reconhecer o papel de cada um na transformação de milhares de vidas através do acesso à educação e de agradecer.
O evento teve início com a execução do hino nacional pela Banda de Música do 3º Batalhão de Ensino da Polícia Militar da Bahia. Os alunos João Rafael Moura, Marjorie Isabela Rodrigues, José Ilson de Sousa e Laura Rosena Nunes representaram todos os estudantes do campus, realizando o hasteamento das bandeiras.
Estiveram presentes a reitora do IF Sertão-PE, Leopoldina Veras, a diretora-geral do campus Petrolina Zona Rural, Jane Perez, o vice-reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco, Télio Nobre, o chefe-geral da Embrapa Semiárido, Pedro Carlos Gama, a secretária de Educação de Petrolina, Margareth Zapponi, representando o prefeito Miguel Coelho; representando o deputado Osvaldo Coelho (in memoriam), suas filhas Patrícia Coelho, Ana Amélia Coelho e Ana Carolina Coelho. Participaram ainda estudantes, servidores, dentre outras autoridades.
GALERIA – Uma forma de reconhecimento a todos os gestores que passaram pela administração da instituição desde sua inauguração, no ano de 1988, até o presente. Este foi o objetivo da Galeria dos Diretores, inaugurada nesta sexta-feira, durante a celebração dos 30 anos.
Com a presença dos ex-diretores Flávio Cabral, Nelson Minussi Filho, Samuel Freitas, Sebastião Rildo e da atual gestora, Jane Perez, foi feito o descerramento dos quadros. "Esta é uma maneira para agradecer e honrar o trabalho realizado pelos ex-diretores, desde a implantação da Agrotécnica até a consolidação do Instituto Federal", afirmou a diretora-geral. Ausente da cerimônia, o ex-diretor Sebastião Amorim foi representado pelo professor José Batista da Gama.
HOMENAGENS – A celebração dos 30 anos do campus Petrolina Zona Rural do IF Sertão-PE também foi marcada por homenagens. Idealizador da Escola Agrotécnica Dom Avelar Brandão Vilela, o ex-deputado Osvaldo Coelho recebeu, através de suas filhas, o agradecimento pela vontade e a coragem de enfrentar a luta para trazer uma escola federal para Petrolina.
"Foi um momento de grande emoção, encontramos muitos dos colegas dele que fundaram, juntamente a ele, essa escola 30 anos atrás. A emoção foi muito grande e gostaria de parabenizar a todos por um trabalho de tanta eficiência, tanta eficácia, tanto comprometimento e, ao mesmo tempo, um lado tão humano", afirmou a filha de Osvaldo Coelho, Patrícia Coelho.
O reconhecimento pelo trabalho ao longo de anos para tornar a instituição uma referência em educação foi estendido aos ex-diretores, à atual diretora, Jane Perez, à reitora Leopoldina Veras, ao professor Macário Mudo, ao técnico-administrativo, Gilson Alves, ao colaborador Rodrigo Nunes e aos servidores pioneiros Maria Célia Santos e Raimundo Nonato Lima.
Um dos primeiros servidores da então Escola Agrotécnica, Raimundo Nonato agradeceu o reconhecimento. "Sou muito orgulhoso de ter sido pioneiro, cheguei aqui no dia 4 de setembro de 1989 e ver hoje que o desempenho de muitas pessoas tenha resultado neste ponto em que estamos é uma satisfação muito grande de ter feito parte dessa evolução. Com certeza tem um pedaço grande meu aqui", disse.
Ao final da cerimônia, o ex-diretor Samuel Freitas fez o pedido da palavra, emocionando ainda mais os presentes. "Sinto-me muito feliz e essa alegria é tão grande que transbordou. Não poderia deixar de dizer a vocês, a todos que passaram, todos que estão aqui, faço um pedido final: não deixem esse espírito inicial da Escola Agrotécnica se perder ao longo da história. É necessário que ele renasça para todos que entrem no Instituto Federal do Sertão Pernambucano", concluiu.
HISTÓRICO -
No dia 25 de agosto de 1988, foi publicado pelo Governo Federal o Decreto nº 96.598, que criava a Escola Agrotécnica Federal Dom Avelar Brandão Vilela. "É criada a Escola Agrotécnica Federal Dom Avelar Brandão Vilela, em Petrolina, Estado de Pernambuco, subordinada à Secretaria de Ensino de 2º Grau do Ministério da Educação", diz o artigo primeiro do Decreto. Seu nome homenageava o terceiro bispo de Petrolina, um dos precursores da irrigação na região.
A primeira turma de técnicos em Agropecuária da Escola Agrotécnica Dom Avelar Brandão Vilela formou-se em dezembro de 1991. Pouco a pouco, a escola se consolidava, apresentando à sociedade as particularidades do sistema escola-fazenda, novos professores e administrativos chegavam, se tornando referência em educação e um agente transformador socioeconômico na região do Vale do São Francisco.
Em 26 de novembro de 1999, por força de Decreto (não numerado), a Escola Agrotécnica Federal Dom Avelar Brandão Vilela era a primeira do país a ser transformada em Centro Federal de Educação Tecnológica – Cefet Petrolina. Os Cefets passaram a ter direito a ministrar cursos tecnológicos de nível superior sem, contudo, deixar de oferecer o ensino técnico de nível médio. O primeiro curso da unidade Agrícola foi o de Tecnologia em Gestão de Fruticultura Irrigada, implantado em 2003 e posteriormente o curso de Tecnologia em Viticultura e Enologia, primeiro e único do Nordeste até os dias de hoje.
Em 29 de dezembro de 2008, a Lei nº 11.892 oficializava a Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica, criando os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Muito além da oferta de cursos regulares nas modalidades técnico e superior, o IF Sertão-PE se estabelece com foco também no estímulo à pesquisa aplicada e à inovação, a atividades de extensão, a processos educativos que levem à geração de trabalho e renda e à verticalização do conhecimento, com cursos de pós-graduação. Atualmente, o Instituto possui sete campi em seis municípios do sertão pernambucano.
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