Carlos Augusto Cruz
Médico/Advogado
Existem três coisas que o cidadão, estando em seu pleno juízo, nunca deve discutir, muito menos brigar por nenhuma delas: time de futebol, religião e política. Essas três escolhas são do foro íntimo de cada indivíduo e, às vezes, o elemento gosta, sem nem mesmo saber por que isso acontece.
Estamos em plena época de política; época em que aqueles menos avisados aproveitam para exacerbarem suas emoções, discutirem, apostarem nesse ou naquele candidato e, às vezes, até partirem para as vias de fato, agredindo-se mutuamente.
Passado esse instante da eleição, os eleitos recolhem para si as batatas e, dos vencidos eles não terão nem mesmo ódio ou compaixão, sendo totalmente indiferentes a eles, até daqui a mais quatro anos.
Vestir-se das cores do partido ou do candidato, aproveitar-se das redes sociais para veicular fake-news, não ter o devido decoro e nem paciência para ouvir o que o seu interlocutor tem a dizer a respeito do seu candidato, a ponto de em determinado momento passar a agredi-lo, primeiro com palavras e depois até mesmo com ações, poderá vir a configurar crime previsto no nosso ordenamento penal.
É preciso que o brasileiro aprenda a ser civilizado. Aprenda a falar, mas, também aprenda ouvir. Aprenda a separar o joio do trigo e vote segundo a sua própria consciência, deixando de lado as opiniões que lhe são contrárias ou, com as quais ele não concorda.
Achar-se com os brios feridos numa discussão política, ao ponto de tirara a vida de um seu semelhante, chega a ser uma atitude animalesca, irracional, de quem não pensa.
“Sair na mão”, ou “sair na porrada” com o outro, pela simples diferença do modo de pensar, jamais. Não tem cabimento!
Primeiramente, devemos aprender a respeitar a opinião do outro, como gostaríamos que respeitassem a nossa; pois assim o exige a Democracia, que nada mais é que o poder exercido pelo povo no seu mais alto grau de pureza e de solidez.
Somente o povo é o senhor da Democracia, e somente a Democracia, no seu mais alto grau de pureza e descontaminação, exercida em nome do povo e pelo povo, poderá representá-la, fundida no cadinho da Liberdade absoluta e emoldurada de acordo com a vontade da maioria, que deverá ser sempre respeitada, “doa a quem doer”.
Aqueles que não concordarem com os princípios da Democracia, deverão procurar amoldar-se a eles, ou poderão passar a ser párias na sociedade. Digo párias, para não dizer “fora da lei”. A advertência vale tanto para o mais comum dos mortais, quanto para o mais importante dos políticos eleitos para o mandato que se avizinha. Afinal, a Lei é igual para todos.
Marchemos nós para as urnas no próximo domingo, imbuídos do mais alto espírito de civismo e de brasilidade para escolhermos o nosso Presidente da República; sabedores de que aos derrotados, caberá apenas uma atitude de civismo e de civilidade – o conformismo. Vez que estarão eles diante da vontade soberana da maioria absoluta do povo brasileiro e, em uma Democracia plena como a nossa, o povo é o senhor de tudo!
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