Mais de 4 mil organizações da sociedade civil e movimentos sociais, como Conectas, Greenpeace, Intervozes e Instituto Alana, divulgam nesta segunda-feira (15) uma nota de repúdio a declaração do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre acabar com o ativismo no país.
A notícia foi antecipada pela Folha de S.Paulo. "Vamos botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil", declarou no discurso feito logo após a divulgação do resultado da votação no primeiro turno, em que obteve 46,03% dos votos.
"Além de uma afronta à Constituição Federal, que garante os direitos de associação e assembleia no Brasil, a declaração reforça uma postura de excluir a sociedade civil organizada dos debates públicos. Trata-se de uma ameaça inaceitável à nossa liberdade de atuação", afirma a nota.
O texto segue dizendo que a conduta do candidato é uma ameaça para a democracia do país. "Não será apenas a vida de milhões de cidadãos e cidadãs ativistas e o trabalho de 820 mil organizações que serão afetados. Será a própria democracia brasileira. E não há democracia sem defesa de direitos."
As entidades destacam ainda a atuação no enfrentamento ao racismo e à violência contra as mulheres e na formulação de políticas públicas, como o seguro desemprego, financiamento estudantil, programas de combate ao desmatamento e de proteção dos animais e de leis, como a Anti-Fumo e Ficha Limpa.
"Calar a sociedade civil, como anuncia Jair Bolsonaro, é prática recorrente em regimes autoritários. Não podemos aceitar que passe a ser no Brasil", diz o texto, que pede para os eleitores considerarem a declaração ao votar no segundo turno.
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