Completados 1026 dias sem respostas, o crime da garota Beatriz, assassinada covardemente no interior de uma escola em Petrolina, poderia estar se encaminhando para a gaveta dos crimes sem solução, em Pernambuco, não fosse a coragem e obstinação da mãe de Beatriz, Lucinha Mota, que reuniu forças para sair do confinamento para a luta nas ruas de Petrolina e de cidades da região.
Candidata a deputada estadual pelo PSOL, Lucinha Mota, afirma que sua caminhada tem um objetivo: "Denunciar o descaso e a falta de compromisso do Estado para com as famílias pernambucanas que vivem o mesmo drama que eu vivo. Vou onde for possível nessa luta! Onde tiver uma tribuna eu falo, onde conseguir reunir pessoas eu denuncio, eu cobro, em meu nome e no nome de tantas Beatrizes, mortas injustamente e esquecidas pelo Estado, que tem o dever de resolver essas questões, mais silencia, cala, esperando que o silêncio se estabeleça e outras vítimas entrem nas estatísticas dos crimes insolúveis”, denunciou.
A pessoas que tentam atribuir à sua candidatura uma pecha de oportunismo ela foi enfática: “Esse tipo de comentário tenta nos desestabilizar emocionalmente, mas eu estou preparada para estas agressões injustas, que machuca, mais não será nunca mais dolorosa que a dor que sinto. Nada me fará desistir da luta e a essas pessoas cabe apenas perguntar: e se fosse a sua filha? ”.
De acordo com Lucinha, o que tem motivado a caminhada é o apoio que tem recebido em Petrolina e em todas as cidades da região: “O carinho que as pessoas, anônimas, tem me dado nas caminhadas, nos encontros, nas viagens, é motivador. Compartilho a dor de outras mães, que também perderam entes queridos nessa guerra injusta, e vou somando forças para chegar a ALEPE, para cobrar providencias, atitude e denunciar o descaso, que deixa a população pernambucana refém da violência. Não me falta coragem para isso! ”, enfatizou.
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