Ações estratégicas que têm impulsionado o desenvolvimento rural na Bahia foram apresentadas, neste sábado (22), durante o Encontro Alianças Produtivas para a Agricultura Familiar e o Desenvolvimento Territorial no Brasil, realizado no Terra Madre, evento internacional dedicado à cultura alimentar, que reúne representantes de 160 países, em Turim, na Itália. A iniciativa é da Slow Food, organização internacional que luta por um mundo onde todos possam ter acesso e apreciar um alimento de qualidade, para quem cultiva e para o planeta.
Representando o Estado da Bahia, Wilson Dias, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), participou da mesa debatedora e apresentou as iniciativas do Projeto Bahia Produtiva que têm contribuído para mudar o perfil da agricultura familiar baiana.
De acordo com Wilson, o objetivo foi apresentar as estratégias das alianças produtivas entre as cooperativas da agricultura familiar e o setor empresarial de vários segmentos, em especial o da gastronomia, que tem inserção grande no Slow Food, para que seja possível ter um ambiente favorável de comercialização dos produtos. Ainda segundo o diretor-presidente, o projeto na Bahia estabelece uma relação onde as empresas ganham e as cooperativas também.
Por meio do Bahia Produtiva, projeto executado pela CAR/SDR, o governo estadual lançou o edital Alianças Produtivas, no valor de R$ 82 milhões. Através dele, 52 cooperativas estão recebendo investimentos destinados à elaboração de plano de negócios, serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), aprimoramento da base produtiva, tecnologias, agroindustrialização e apoio a logística.
Durante o evento, Ailton Pereira, diretor executivo da Cooperativa de Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan), apresentou um pouco da história de sua cooperativa e explicou que a contemplação no edital de Alianças Produtivas irá contribuir com qualificação e melhor desempenho do empreendimento. "Hoje nós temos 330 famílias associadas. A gente beneficia e agrega valor aos produtos cultivados pelos cooperados: banana, mandioca, abacaxi, abacate e goiaba. O edital vai nos ajudar com a comercialização do nosso novo produto banana chip e, em breve, teremos também o aipim chip".
Bastião Buffon, dirigente da Guayapi, empresa francesa com mais de 25 anos no mercado de comercialização do guaraná, participou do encontro e afirmou que "a Bahia tem um ecossistema especial e o comércio de produtos da agricultura familiar proporciona aos produtores uma renda justa para seu trabalho, ao mesmo tempo em que há uma preservação da natureza e da sociobiodiversidade".
Também participaram do encontro a gestora da Cooperativa de Agricultura Familiar Sustentável com Base na Economia Solidária (Copabase), Dionete Figueiredo Barboza, que falou sobre a experiência com o desenvolvimento rural e o cultivo do Baru; o representante da Associação Terra Indígena Xingu (ATIX), Winti Kisêdjê, da comunidade indèigena Saterè-Mauè na Amazônia; e o economista do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Paolo Silveri. Todos compartilharam a importância da comercialização justa.
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