Artigo 310 – HORÁRIO POLÍTICO: UMA INUTILIDADE!

16 de Sep / 2018 às 23h00 | Espaço do Leitor

Muitas são as ocorrências políticas que influenciam o processo eleitoral em qualquer país do mundo, ressalvada a circunstância de que essas possibilidades somente acontecem onde se pratica o sistema democrático. Isso porque, em outros Regimes Autocráticos essa liberalidade não existe. Um exemplo de democracia que merece ser imitado, dentre as existentes no mundo, é exatamente dos Estados Unidos da América (EUA). Em contraponto ao conjunto de liberdades permitido pelo sistema, contudo, justamente na América é onde proliferam muitos escândalos políticos das mais variadas características, tanto durante as campanhas eleitorais, como eclodem durante o mandato do candidato eleito e empossado. 

Difícil não lembrar do Presidente Richard Nixon, que foi forçado a renunciar em 1974 para evitar o impeachment, após o Caso Watergate decorrente da invasão do Comitê Nacional do Partido Democrata. O Presidente Donald Trump que o diga, o quanto está rebolando para se defender das acusações de ilegalidades, até ligadas à influência da Inteligência russa em sua eleição, principalmente quando os denunciantes são membros da equipe de campanha ou até mesmo do governo.

Assim, não chega a ser novidade o jogo sujo que aqui também se desenvolve, com atitudes de desonestidade, geração de fatos mentirosos através do uso do FAKE NEWS nas redes sociais, e muitas outras práticas impuras que procuram atingir a imagem de todos os candidatos, indistintamente. O que se testemunha a todo instante é um insano desvio do entendimento do que seja democracia, num visível abuso e excesso quanto aos princípios da liberdade.

A democracia pressupõe o debate livre da diversidade de ideias, o que significa a obrigação de respeitar as posições contrárias e pugnar pela força dos argumentos e não o argumento da força. No recente e triste episódio de violência contra um dos candidatos à presidência, sintomático de ser o autor do crime uma mente doentia, com sérios problemas psiquiátricos – a partir dos seus primeiros depoimentos -, até que seja apurado e comprovado que o ato criminoso teve a sua origem inspirada ou patrocinada por alguma organização partidária, nenhuma acusação pode ser utilizada politicamente. Assim como não se pode atribuir ao acusado qualquer identificação ideológica com um Partido Político, também é reprovável que o crime seja exaltado ou utilizado como mote de campanha por qualquer candidato ou suas equipes, tanto no sentido da apologia ao crime ou para dele extrair variáveis estimuladoras da violência e da intolerância.  

É tão grande a fragilidade do nosso sistema político atual, que a avaliação superficial indica não haver qualquer empolgação do eleitor nos discursos dos principais candidatos à Presidência da República, isso para não falar da triste massa que deseja se habilitar ao Congresso Nacional. Quando o rádio ou TV não são desligados no horário político, o que mais se ouve são reações de repulsa aos temas e frases incipientes apresentados, visto não oferecerem indícios de que estamos caminhando para a construção de um novo Brasil, como tanto necessita e deseja o povo brasileiro.

Do Congresso Nacional, a quem cabe legislar, infelizmente não se espera uma Reforma Política completa e que elimine de uma vez por todas a inutilidade do Horário Político. Talvez o eleitor não saiba, que de gratuito esse horário não tem nada, uma vez que é pago pelo dinheiro público ou através da isenção de impostos federais às emissoras. 

Uma verdade tem de ser dita: se em razão do envolvimento da mais alta cúpula política nos recentes escândalos que abalaram o país, a credibilidade dos políticos foi tão profundamente abalada, imagine o leitor o baixo nível de aceitação desse instrumento de propaganda política!

E, finalizando, o que mais podemos de melhor observar, é a consciência que vem tendo boa parte do eleitorado em não se deixar influenciar com verdadeiros blábláblás, a agredir nossa audição, para depois nos roubar o nosso tostão das formas mais covardes que se possa imaginar. Em outras palavras, com o tal horário político, tentam enganar o eleitorado e depois metem a mão com toda força no bolso do povo. 

Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público - Aposentado do Banco do Brasil – Salvador - BA.

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