No "Setembro Amarelo" a cor da campanha toma conta das cidades e a divulgação de informações é estimulada em todo o Brasil. No sertão de Pernambuco, a Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE/IMIP) já se engajou na causa, promovendo palestras de conscientização para os funcionários, colaboradores e o público que utiliza seus serviços.
Nesta quinta-feira (13), por exemplo, aconteceu mais uma ação no ambulatório da Unidade, promovida pelo Serviço Social. "O suicídio é um problema de saúde pública que ainda vive a situação de tabu e o aumento de suas vítimas. Pelos números oficiais, são mais de 30 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Então, nós temos sim que falar sobre o assunto", justifica a assistente social Nazaré Cunha.
A UPAE acredita que é possível trabalhar com a prevenção. "Para isso, as pessoas precisam entender melhor o suicídio e o que está por trás dele", afirma a psicóloga Tatiany Torres. "No suicídio a pessoa quer acabar com a dor, com o sofrimento, e não vê outra alternativa senão a morte. O ato passa pela esfera emocional, social, cultural e genética. 90% tem correlação com transtornos mentais", relata.
"O restante pode estar associado a perdas, como saída de um emprego, falecimento de um ente querido ou fim de um relacionamento, e, nesse caso, as pessoas são movidas por um impulso oriundo de um sofrimento psíquico intenso", complementa.
De acordo com a profissional, é preciso estar atento aos sinais: "Geralmente as pessoas avisam que estão planejando o ato. Esse 'grito de socorro' pode ser verbal ou através de mensagens subliminares. O que muitas vezes acontece é que nós não queremos ouvir, promover um olhar diferenciado sobre o outro ou 'perder tempo' com aquela pessoa. Então, a primeira forma de prevenção é a sensibilização".
Depois de detectados os sinais de alerta é preciso buscar ajuda especializada, seja de um psicólogo, psiquiatra, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ou até mesmo do Centro de Valorização da Vida (CVV) e da rede assistencial de saúde, da qual a UPAE faz parte. A atenção básica, através do Programa de Saúde da Família, é a porta de entrada e faz o encaminhamento a um dos dispositivos.
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