O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lança na próxima segunda-feira (3) o Resumo Executivo do Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (MacroZEE BHSF).
O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, e representantes da Agência Nacional de Águas e da Casa Civil da Presidência da República foram convidados para participar da solenidade de abertura, que ocorrerá às 9 horas no auditório Ipê Amarelo, na sede do MMA, em Brasília.
Inédito, o estudo traz informações sobre as transformações ocorridas na bacia nos últimos anos e a situação atual (diagnóstico), as diferentes formas de utilização do território (prognóstico) e os cenários futuros para os próximos 20 anos, incluindo a proposta de Plano de Gestão.
O MacroZEE BHSF aborda questões estratégicas para o vale do São Francisco, como o uso múltiplo da água, a ocupação e uso do solo (agricultura, indústria, habitação) e a governança socioambiental (medidas que podem ajudar na revitalização do rio, como instalação de redes de esgoto, recuperação de áreas degradadas e plantação de matas ciliares).
Além do Resumo Executivo e da proposta de Plano de Gestão, serão lançados o Atlas Interativo, que permitirá acesso às coordenadas georreferenciais (mapas e shapes) utilizadas no estudo, e o Banco de Dados Geográfico, que reunirá informações sobre todo o processo de construção do MacroZEE BHSF. Esses materiais serão disponibilizados ao público em formato digital.
“O objetivo do macrozoneamento é contribuir para o desenvolvimento sustentável da região, conciliando as diferentes atividades socioeconômicas com a conservação dos recursos naturais do Velho Chico”, diz o secretário de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Jair Tannús Júnior.
O secretário explica que o MacroZEE BHSF é fundamental para o planejamento das atividades a curto, médio e longo prazos. Além de auxiliar gestores municipais, estaduais e federais na definição de políticas públicas, o estudo interessa a todos que têm alguma relação com o rio São Francisco, incluindo empresas privadas, organizações não governamentais e, principalmente, as populações locais.
O estudo faz parte do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e visa subsidiar a implementação do Plano de Recursos Hídricos da BHSF 2016 – 2025. O processo de elaboração teve uma primeira fase entre 2005 e 2011, que resultou num primeiro diagnóstico. Em 2015, o processo foi retomado. Entre 2016 e 2017, o diagnóstico foi atualizado e o estudo foi concluído com a elaboração dos prognósticos e cenários futuros. Essa segunda etapa contou com forte participação popular por meio de oficinas públicas em cidades que ficam na região da bacia. O processo foi coordenado pelo Departamento de Gestão Ambiental Territorial do MMA.
A bacia do São Francisco ocupa uma área de 640 mil km2, passando pelos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Goiás e até mesmo pelo Distrito Federal. É fonte de água doce para mais de 13 milhões de brasileiros, principalmente os que vivem no sertão do Nordeste.
Conhecido como “rio da integração nacional”, o São Francisco nasce na Serra da Canastra, em Minas, e deságua no Oceano Atlântico na divisa dos estados de Sergipe e Alagoas. Ao todo o rio percorre uma extensão de 2.700 quilômetros, no sentido sul-norte, cortando 521 municípios.
Além de fornecer água potável para o consumo de milhões de pessoas, a bacia também tem uma grande importância econômica, principalmente para as regiões com clima semiárido do Nordeste. Através do sistema de irrigação, é possível realizar várias atividades de agropecuária, desde a criação de gado até o cultivo de frutas para exportação e também para subsistência.
O potencial econômico da bacia também é muito explorado pelas usinas hidrelétricas, que se utilizam das águas para gerar energia para grande parte do Brasil. Dentre as usinas localizadas na bacia de São Francisco, estão a de Paulo Afonso, Sobradinho, Xingó, Três Marias, Itapirica e Moxotó.
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