O desabamento da ponte no Norte da Itália, na terça-feira (14), que resultou na morte de 35 pessoas, além de dezenas de feridos, reacende o debate sobre a manutenção correta desse tipo de estrutura viária. Este Blog publicou no ínicio da semana a informação de leitores questionando as autoridades sobre a ponte Presidente Dutra. Passa por manutenções? Não seria necessário passar por avaliações periodicamente, já que transita um grande número de carros todos os dias?”
O engenheiro Tibério Andrade, professor do departamento de engenharia civil da UFPE e especialista em concreto, explica que, no Brasil, ainda não existe a cultura de se pensar previamente na manutenção de pontes, o que evitaria custos mais altos voltados para obras emergenciais.
A assessoria de imprensa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes-DNIT, em Brasilia, enviou nota a redação do Blog, informando que a Ponte Presidente Dutra possui um volume médio de aproximadamente 30 mil veículos/dia e que a obra de arte especial passou por serviços de requalificação, concluídos em 2011. A nota afirma que a Ponte Presidente Dutra recebe serviços de manutenção periodicamente.
Este Blog também publicou o trabalho do professor do colegiado Engenharia Civil, Anderson Henrique e David Alan, onde no ano passado, durante um evento no Recife, Conferência Nacional foi tratado uma DESCRIÇÃO QUALITATIVA DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DA PONTE PRESIDENTE DUTRA.
O trabalho mostra que "Todas as estruturas estão sujeitas a diversos níveis de degradação, e necessitam de manutenção e reparos ao longo de sua vida útil. A ponte presidente Dutra, cuja inauguração data de 1951, une os municípios de Juazeiro/BA e Petrolina/PE, apresenta alguns sinais de que necessita passar por uma avaliação de sua estrutura, de forma a serem corrigidas algumas manifestações patológicas desenvolvidas ao longo dos 67 anos de sua construção".
Na conferência também foi citado que "Recentemente, a Ponte passou por uma expansão, com acréscimo de duas faixas de rodagem. Função de sua idade, a ponte apresenta diversas manifestações patológicas em toda a sua extensão e vão desde a fundação ao tabuleiro (laje).
O objetivo do trabalho consistiu na apresentação das manifestações patológicas observadas no trecho do rio São Francisco que apresenta a ponte como elemento de transição. Patologias como corrosão e armaduras expostas nas lajes do tabuleiro, ausência de tratamento de juntas nas partes antiga e nova da ponte, carbonatação e degradação no concreto dos elementos de fundação, mostrando a necessidade de manutenção corretiva na estrutura, que apesar de não se encontrar em atmosfera com maior agressividade, se encontra num estado de degradação que reduz sua vida útil.
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