A equipe multiprofissional do Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina deu início este mês, durante a Semana Mundial da Amamentação, a um trabalho de sensibilização sobre o Parto Normal com uma palestra da enfermagem e a "arte em gestante" feita por internos da Univasf.
A ação foi proposta pelo coordenador médico do setor de Alto Risco, Marcelo Marques, como forma de envolver as futuras mamães nas atividades do Agosto Dourado, que é o mês de incentivo e apoio a amamentação. "Fiz a provocação e de imediato a organização da Semana da Amamentação comprou a ideia, mostrando que a intersetorialidade é o melhor caminho para a educação em saúde", acredita.
O parto normal facilita a descida do leite em função dos hormônios que são liberados durante o trabalho de parto, em especial a ocitocina; e permite o imediato contato pele a pele entre a mãe e o bebê, favorecendo a relação maternal e garantindo, neste acolhimento, a primeira mamada ainda na sala de parto. "Por isso a relação entre os dois temas é tão forte", esclarece a coordenadora médica do Banco de Aleitamento Materno do HDM, Flávia Guimarães.
Diante dos resultados, a equipe resolveu dar continuidade. "O dia da ação foi muito positivo, as mães se envolveram, tiraram dúvidas e entraram em contato com seus bebês de uma forma diferente, através da ultrassom natural, feita por meio do toque, ausculta e pintura. Por isso, surgiu a ideia de montarmos um projeto permanente de sensibilização sobre o Parto Normal", explica o estudante de medicina Arthur Alves, responsável pelas pinturas, juntamente com a colega Tatiane Trajano. De acordo com Marcelo, existem alguns mitos e tabus que precisam ser quebrados em relação ao término da gestações, e isso por si só já justifica todo o projeto.
"O parto normal é o natural da mulher. Ela foi preparada para isso. Ainda assim, a possibilidade de poder programar a chegada do bebê costuma ser o desejo da maioria das grávidas. Mas, a verdade é que o parto normal tem muitas vantagens sobre a cesariana e é isso que as mulheres e a sociedade precisam entender. Nos últimos anos temos visto um processo de resgate do parto normal e humanizado, inclusive com medidas de intervenção do Estado como forma de diminuir os índices de mortalidade materna e neonatal. Mas, ainda há um longo caminho a percorrer. Desse modo, já estamos começando a fazer aqui a nossa parte", alerta.
Em breve, novas ações serão efetivadas, inclusive com o objetivo de tirar dúvidas da população em geral. "Muitas mulheres querem saber se essa é, de fato, a melhor opção para o bebê, se uma gestante que passou por uma cesariana pode ter parto normal, ou se pode fazer uso de anestesia, entre outras dúvidas. Com o projeto, nós pretendemos esclarecer cada um desses pontos", adianta o especialista em medicina fetal.
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