Não vai ser dessa vez que o PCdoB terá o seu primeiro candidato à Presidência desde a redemocratização. Repetindo uma história que acontece desde 1989, os comunistas retiraram a candidatura de Manuela D’Ávila, decidida em convenção na última quarta-feira, e fecharam coligação para apoiar uma candidatura do PT ao Palácio do Planalto, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pelo anúncio conjunto dos dois partidos, no final da noite deste domingo (5), Manuela será candidata a vice-presidente na chapa petista, apesar do registrado junto à Justiça Eleitoral no primeiro momento ser o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, do próprio PT. A justificativa oficial é que Haddad foi escolhido para ser o “representante” de Lula e que, quando a situação do ex-presidente estiver juridicamente “regularizada”, ele dará lugar para a deputada gaúcha.
Registrar Haddad como vice seria uma “estratégia eleitoral”, nas palavras da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), para dar contornos oficiais à essa “representação”. Na prática, a expectativa é que com o ex-presidente não conseguindo obter uma liberação da Justiça para concorrer, Haddad assuma a cabeça de chapa e a comunista ocupe o seu prometido lugar de vice.
Apesar de ser a oitava vez que o PCdoB apoia o PT, essa será a primeira em que os comunistas indicarão o companheiro de chapa. Os petistas indicaram presidente e vice em 1994 e nas demais composições foram escolhidos nomes de outros partidos: PSB (1989), PDT (1998), PL (atual PR, 2002), PRB (2006) e PMDB (atual MDB, 2010 e 2014).
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