O estresse térmico é um dos problemas mais graves enfrentados pelos os produtores de lácteos de regiões semiáridas, devido aos efeitos negativos no bem-estar dos animais, produção de leite, consumo de matéria seca, reprodução e abate.
Diante dessa realidade, a Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco (Sebrae/PE) trazem a professora e extensionista do Departamento de Zootecnia da Universidade de Nebraska-Lincoln,Kimberly Clark, para ministrar palestra sobre "Os desafios da produção de leite em ambiente tropicais sob estresse hídrico e térmico", na segunda-feira (02), em reunião do Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas.
O problema é uma restrição primária para a produção eficiente de proteína animal e segurança alimentar, resultando em custos para os produtores e implicando em sérias consequências na saúde do animal e seu desempenho.
A vinda da especialista e a semelhança entre os dois se dá pelos prejuízos econômicos acarretados pelo estresse térmico no Brasil e Estados Unidos. Para se ter ideia, calcula-se que a ocorrência provoca mais de US$ 1,2 bilhão em perdas anuais na indústria de laticínios dos EUA. Além disso, a concentração de proteína do leite diminuiu em vacas lactantes submetidas ao estresse.
Vale ressaltar que, durante a lactação, o estresse térmico reduz a produção de leite de 25 a 40%, com metade da redução na síntese do leite resultante da diminuição do consumo de ração.
"No semiárido brasileiro, a situação é muito preocupante, já que estamos no Nordeste, onde as vacas liberam mais calor metabólico na produção de leite, estando suscetíveis à temperaturas médias bastante elevadas", realçou Pio Guerra, presidente da Faepe e coordenador do fórum.
De acordo com a palestrante, é possível medir o nível de estresse térmico através do Índice de Temperatura e Umidade (THI). Nas vacas em lactação, um leve estresse por calor começa a ocorrer com um THI entre 68-71 e moderado estresse por calor com um THI variando entre 72-79.
O encontro será uma oportunidade para que a classe produtora rural saiba como identificar o gado leiteiro com estresse por calor, bem como conhecer novas estratégias apropriadas para melhorar o bem-estar e aumentar a lucratividade.
Kimberly Clark já é a terceira cientista estrangeira trazida, este ano, pelo Fórum das Secas para apresentar alternativas de mitigação dos efeitos da estiagem no semiárido. Ela também participará de reunião técnica com produtores do Agreste Meridional, na terça-feira (07), na Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG), da Universidade Federal Rural, com o apoio do Sebrae.
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