O Consórcio Sustentável do Território do São Francisco (Constesf) recebeu, nesta segunda-feira (16), membros do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR), da Rede Sertão do São Francisco de Combate ao Racismo Institucional e representantes de terreiros de Juazeiro para discutir estratégias de combate à violência que as casas religiosas de matrizes africanas estão sofrendo na cidade.
Durante a reunião, que contou com a presença do advogado Jorge Torres, representando a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia (Sepromi) e da delegada da polícia civil de Juazeiro, Licelma Gomes, foram expostos vários casos de agressão aos terreiros de Juazeiro, esclarecidos o andamento de denúncias já realizadas e debatidos novos encaminhamentos de combate à violência.
Emerson Oliveira, babalorixá do Terreiro de Candomblé Abaça Caiango Macuajô de Juazeiro, relatou que desde março o seu terreiro vem sofrendo agressões e ameaças. "Eles quebraram os assentamentos dos exus e deixaram uma placa ameaçando derrubar minha casa. A gente precisa encontrar esses agressores e puni-los para que a sociedade veja que não somos cão sem dono. Nós somos religião, somos povos de terreiro e queremos respeito", contou.
O coordenador de projeto do Constesf, Mauro Macêdo, ressaltou a importância da união dos seguimentos sociais na luta contra o racismo e intolerância religiosa. "O Constesf tem o objetivo de estar inserido em debates para construção de políticas públicas em nosso território, dentro de redes de combate a intolerância religiosa, racismo, machismo e homofobia. Assim como estamos inseridos em outras lutas, estamos aqui para que sejamos uma porta para a chegada de políticas para essas minorias. É um absurdo o que está acontecendo em Juazeiro e esperamos que, a partir dessas reuniões, medidas mais efetivas sejam tomadas", declarou.
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