O superintendente do Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina, Etiel Lins, apresentou na Câmara de Vereadores, um relatório à Comissão Especial da Casa Plínio Amorim, com os principais dados e dificuldades enfrentadas pela unidade materno-infantil que é referência em alto risco para mais de 50 municípios da Rede PEBA.
O gestor iniciou relatando a situação de superlotação vivenciada pelo hospital. "Hoje, por exemplo, nós estivemos novamente com a promotora Ana Cláudia para falar sobre as condições da nossa pediatria. Em um lugar que comporta 13 leitos, nós temos 40 crianças internadas. Já trabalhamos com reforços, mas a equipe está sobrecarregada, assim como na urgência e emergência ginecológica/obstétrica", ressaltou.
Em parte, o superintendente atribui o problema à demanda de baixo risco que acaba sendo absorvida pelo hospital. "Se trabalhássemos apenas com o paciente do nosso perfil, acredito que não chegaríamos aos 140% de ocupação, como é de costume. Em torno de 49% dos nossos partos são de risco habitual. Ou seja, que poderiam ser feitos nas maternidades municipais. Isso sem falar do fluxo da regulação, que não é de gestão nossa, mas nos impede, em muitos momentos, de desocupar leitos", pontuou.
"Acontece, muitas vezes, de um paciente de alta ter que ficar no hospital porque o seu município de origem não disponibilizou um carro para buscá-lo. Ou de uma ambulância vim de fora e deixar o paciente na nossa emergência sem a maca, mesmo ciente da situação de superlotação. Depois que o paciente dá entrada no Dom Malan ele passa a ser nosso e o problema também, mas quase ninguém sabe que fatos como esse acontecem nos bastidores", revelou.
Etiel Lins ainda destacou que o problema do HDM não é estrutural: "O nosso prédio não permite mais expansão e, por isso, já trabalhamos de forma bem otimizada. No Dom Malan não faltam médicos, remédios, insumos ou exames. Aqueles que não conseguimos fazer no hospital realizamos na rede credenciada. Desde que tais exames sejam solicitados, justificados e sigam os protocolos. Também vale ressaltar que, mesmo com a superlotação, nós não temos nenhum paciente no corredor. E isso é fruto de um trabalho sério da gestão de leitos e de toda a equipe. Essa é sempre a nossa primeira missão do dia".
Para melhorar a assistência, a gestão tem feito uma renovação da equipe. "Por conta do nosso programa de residência temos conseguido fazer uma seleção melhor dos nossos profissionais. Com o tempo isso vai ser percebido mais diretamente pelos pacientes, pois temos prezado pela assistência de qualidade e humanizada", garantiu.
Na oportunidade, ele ainda esclareceu uma questão polêmica: parto normal x parto cesáreo. "Nós não recebemos por parto, como muitos pensam. Nós temos um contrato e ele é fixo. Aproveitamos também para acabar com o mito de que o HDM se recusa a realizar cesáreas. Quase metade dos nossos partos são cirúrgicos. Mesmo contrariando a norma do Ministério da Saúde, que preconiza um índice de 35%. O que as pessoas precisam entender é que o parto normal é o natural da mulher e que as cesarianas precisam de uma indicação médica que segue um protocolo do MS. Em muitos momentos, a cesárea pode, inclusive, colocar em risco a vida da mãe e do bebê", alertou.
Por fim, o gestor se colocou à disposição das autoridades competentes. "Não temos nada a esconder. Os nossos dados estão no portal da transparência. O Dom Malan é um hospital público, 100% SUS, e é do povo. Sempre que formos chamados ou provocados, atenderemos", finalizou.
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