Um grupo de agricultores familiares e um representante da Fazenda Copa Fruit se reuniram, na tarde desta sexta-feira (15), para dialogar sobre a ocupação das terras feita por integrantes do acampamento Chico Sales, na zona rural de Petrolina (PE). Cerca de 80 pessoas estão no terreno próximo ao Núcleo 4 do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, na BR 232, desde às 4h da manhã da sexta.
A área, que tem 190 hectares, foi considerada improdutiva pelo Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2017. Há 10 anos, a Copa Fruit não produz no local. A presidente do Sintraf, Isália Damacena, que assiste a mobilização, disse que são esperadas mais pessoas para a ocupação, neste sábado (16).
Os proprietários da fazenda foram informados da ação logo após a montagem do acampamento, mas só enviaram um segurança, representando a empresa, à tarde. O emissário, que se apresentou como Júnior, disse que os donos “não têm mínimo interesse na reforma agrária das terras”. “Pelo contrário, nós queremos é plantar 100 hectares no terreno”, disse.
Já Isália Damacena rebateu o representante da Copa Fruit lembrando que os agricultores familiares chegaram a ocupar parte da fazenda com o objetivo de chamar a atenção do Incra para a desapropriação das terras, entregando-as à reforma agrária. Numa audiência da empresa com a Justiça, ficou acordado que a Copa Fruit voltaria a produzir na área. O que segundo os manifestantes, não aconteceu.
“O pessoal saiu daqui ano passado porque vocês disseram que iriam produzir, mas já tem mais de um ano que não é feito nada na fazenda. Aqui é uma área que poderia estar empregando gente, produzindo, mas que continua improdutiva”, disse a líder sindical.
Os manifestantes também lembraram que só falta a assinatura de um documento, em Brasília, para ser efetivada a redistribuição das terras e que a nova ocupação visa dar celeridade ao processo. Isália informou que se confirmada, essa vai ser uma das maiores desapropriação da região.
“A ocupação é pacífica, nossa reivindicação é pacífica, e o que os agricultores querem é utilizar produtivamente o terreno”, afirmou a presidente do Sintraf, que foi rebatida: “É um ponto de vista. Não vejo isso como pacificamente. Isso é só um linguajar de vocês”, retrucou o Júnior.
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