A Organização de Procura de Órgãos do Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina – em parceria com a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) e o Hospital Universitário (HU-Univasf) – está realizando uma série de atividades esta semana, em alusão à Semana Estadual de Incentivo à Doação de Órgãos.
Este ano, a maior parte da programação está sendo dirigida ao Hospital Dom Malan, sede da OPO. "Como o HDM não é um hospital de referência neurológica é onde a gente menos atua. Realizamos poucas capacitações no serviço e agora resolvermos preencher essa lacuna, já que os profissionais daqui também devem estar bem informados e por dentro das atualizações", esclarece a enfermeira assistente da OPO, Djenane Cristovam.
As palestras sobre o "Processo de Doação de Órgãos" tiveram início na segunda-feira (21) e seguem até esta quinta, com o objetivo de alcançar o maior número possível de profissionais de saúde. "A gente tem buscado falar sobre o papel da OPO e CT, tirar dúvidas, falar sobre as mudanças na legislação e, principalmente sensibilizar, pois, nós sabemos que muitas doações esbarram na falta de informação da família", acrescenta.
Amanda Araújo, que é enfermeira da UCI Neonatal e participou hoje do curso, se deparou com uma situação como essa. "Quando meu pai faleceu os filhos queriam doar os órgãos e a nossa mãe não aceitou. Acredito que se, naquele momento, tivesse sido feita uma abordagem correta e a família tivesse tido a orientação necessária, o desfecho poderia ter sido diferente", relata.
Até 2001, as doações eram presumidas, ou seja, bastava expressar o desejo através de um documento. De lá para cá as doações passaram a ser consentidas por parentes de até 2º grau. "Geralmente nós buscamos o consenso, já que não é do nosso interesse gerar conflitos", deixa claro.
Por mais que as doações tenham avançado em Pernambuco, ainda existe uma enorme fila de espera. "Nós não podemos descansar nunca, pois a fila não zera", explica Djenane. De janeiro a maio Petrolina registrou 21 doações (19 fígados, 19 rins, 01 pâncreas e 10 corações). No estado, de janeiro a abril, foram contabilizadas 48. Pernambuco, inclusive, leva o primeiro lugar no Norte/Nordeste com relação ao número de transplantes de córnea, rim, coração, pâncreas e medula óssea.
Voltando à programação, vale ressaltar que ainda nesta quarta-feira (23) acontecerá uma Live, que será transmitida às 19h, pelo Instagram e Facebook da Liga Acadêmica de Transplantes de Tecidos e Órgãos do Vale do São Francisco (LIATTO). Encerrando, no dia 25, das 9h30 às 11h30, no auditório do HU-Univasf, será realizada uma mesa redonda com os facilitadores Pedro Diniz (coordenador médico da OPO), Ludmila Remígio (fisioterapeuta do HDM e HU) e Gerlene Grudka (enfermeira representante do CT no município de Petrolina), sobre a atualização dos critérios para definição de morte encefálica.
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