O valor do litro da gasolina em Juazeiro e Petrolina custa em média R$4,72. Alguns postos chega à R$4,90. Por este motivo circula nas redes sociais o questionamento: "Gasolina quase R$ 5,00 e nenhuma manifestação? Nenhuma greve? Nenhum dia sem abastecimento? Vamos Continuar aceitando ser palhaço e pagando esse absurdo?". A proposta é a realização de protesto marcado para a próxima quarta-feira (16) com o objetivo dos consumidores de Juazeiro e Petrolina não abastecerem nos postos durante todo o dia.
Semana passada o Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou inquérito civil público para investigar suposto crime contra a ordem econômica na venda de combustíveis em Salvador. Na instauração do inquérito, publicado no Diário Oficial do Estado, o MP-BA mira o Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniências do Estado da Bahia (Sindicombustíveis) e o Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom-Ba).
A promotoria considera que os sindicatos “manipulam, acordam, combinam e ajustam os preços dos combustíveis comercializados em Salvador”, em violação à Lei Federal 8.137/90, sobre crimes contra a ordem tributária, econômica e relações de consumo. A abertura do inquérito tem como base informações do Procedimento Administrativo de Fiscalização de Termos de Acordo (FTAC) n. 003.9.51092/2018, do MP-BA, e no noticiário dos meios de comunicação.
A pesquisa mais recente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), realizada entre 29 de abril e 5 de maio, aponta que o valor mínimo da gasolina está em R$ 3,83 e o máximo em R$ 4,69. O etanol na capital baiana varia entre R$ 2,86 e R$ 3,75. O secretário executivo do Sindicombustíveis Marcelo Travassos negou que haja qualquer tipo de acordo entre os donos de postos de combustíveis da cidade. Na Bahia, contudo, quem domina a maior parte do mercado são as distribuidoras Shell, Ipiranga e BR, representadas pela Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência, chamada de Plural, que, por enquanto, ficou de fora da investigação do MP-BA.
A ANP, em nota, declarou que “não regula nem fiscaliza preços de combustíveis”, e que na hipótese de identificação de fatos que possam configurar infrações contra a ordem econômica, tais como cartéis e preços predatórios, comunica ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligado ao Ministério da Justiça. O Cade informou que no setor de combustíveis “investigou e julgou 17 casos de ilícitos concorrenciais nos últimos cinco anos”, e que atualmente há oito investigações em trâmite que apuram infração nesse mercado, mas não informou os locais.
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