Após período de certo estremecimento na relação, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) procurou o presidente Michel Temer (MDB) para iniciar conversas sobre possível aliança para a eleição. O gesto foi mal recebido no DEM, que diz considerar uma aproximação com o MDB de Temer e José Sarney corrosiva para Alckmin na disputa presidencial.
O presidente e o ex-governador paulista tinham ficado de conversar há cerca de duas semanas, mas a aproximação se tornou pública e Alckmin preferiu esperar. Na quinta-feira (3), como revelado pela Folha de S.Paulo, o tucano telefonou para o presidente. Em agenda de campanha em Teresina neste sábado (5), Alckmin negou publicamente que tenha tratado de aliança eleitoral, mas o gesto marca uma nova fase na relação entre os dois.
Desde a votação das denúncias de Temer na Câmara, quando a bancada tucana paulista se posicionou majoritariamente a favor das investigações, o presidente se irritou com o que viu como falta de empenho do então governador. Um tempo depois disso, Alckmin chegou a procurar Temer, mas o presidente estava inclinado a tentar se reeleger e não foi receptivo.
Agora, com a candidatura de Temer escanteada e a concepção por ambos da necessidade de união das candidaturas ditas de centro, a relação entrou em nova fase. "O diálogo é importante. Aliança não está em discussão, até porque o MDB tem pré-candidato. O doutor Henrique Meirelles é uma pessoa de valor", afirmou o tucano na capital do Piauí.
Alckmin disse que o ex-prefeito João Doria (PSDB) e o governador Márcio França (PSB) "estiveram com o presidente Temer, conversaram sobre o quadro mais geral do Brasil e depois me pediram para dar uma ligadinha, dar uma palavra com ele". Foi o que fez, disse, conversou sobre o quadro geral do país. Segundo Alckmin, partidos que têm pré-candidato postergarão negociações de aliança até as convenções em julho.
Em entrevista a jornalistas locais em entrevista na sede do PSDB em Teresina, negou suposta promessa de apoio do senador Ciro Nogueira (PP-PI) a ele, se inviabilizada a candidatura do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT). "Ciro Nogueira não me prometeu nenhum apoio. O PP faz parte da nossa base de aliança em SP, mas não houve essa promessa", afirmou.
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