Nesta quarta-feira (2), em comemoração ao Dia Nacional da Caatinga, a Universidade Federal Rural de PE (UFRPE ) receberá a climatologista Francis Lacerda, coordenadora técnica do Laboratório de Mudanças Climáticas, do Instituto Agronômico de PE (IPA), para demonstrar novas potencialidades hídricas e alimentares no Sertão a partir do replantio da vegetação nativa associado ao uso da energia solar, que tem se ampliado com o aquecimento planetário.
Em outras palavras, a pesquisadora, que lidera uma rede de pesquisadores no país (Ecolume) para estudar estas questões através de um projeto financiado nacionalmente pelo CNPq, tem defendido que através do recaatingamento é possível "plantar água" dentro do semiárido, "comer caatinga" e "irriga-la através do próprio sol".
O evento será no auditório da Pró-Reitoria de Atividades de Extensão, contando com demais temas e palestrantes, é uma realização da própria UFRPE, tendo o Comitê Estadual da Reserva Brasileira da Caatinga de Pernambuco (CERBCAA) como um dos responsáveis. "Embora seja o único bioma mundial 100% brasileiro, tendo uma das maiores biodiversidades e a maior população vivendo no seu interior, a Caatinga, por está localizando numa região semiárida e economicamente pobre, continua sendo subjulgada, mas se conservada e havendo seu uso de forma sustentável, seu potencial socioeconômico e ambiental é incrível", diz Rita de Cássia, coordenadora do CERBCAA.
Para o climatologista Paulo Nobre, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, as possibilidades no campo energético são expressivas na região da Caatinga a partir do sol. "Será possível irrigar as plantas com o sol", diz metaforicamente Nobre que também é do Ecolume. Segundo ele, a transformação e uso da energia solar para o recaatingamento oportunizará a tríade de benefícios em busca da soberania hídrica, alimentar e energética dentro do bioma.
Além do IPA, Serta, UFPE e do Inpe, a rede Ecolume é formada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Instituto Federal do Sertão, Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade.
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