Sequestro, cárcere, tortura. O modus operandi de muitos assassinatos cometidos em bairros pobres da periferia de Boa Vista, em Roraima, chamam a atenção da Polícia Civil há pelo menos oito meses. Conforme levantamento da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) de Boa Vista, nos primeiros três meses de 2018, 35 mortes violentas foram registradas. Mais da metade das vítimas tinham entre 13 e 30 anos.
O índice representa um aumento de 218% em relação aos 11 assassinatos notificados no mesmo período de 2017. Delegado titular da Homicídios, Cristiano Camapum contou que mais de 50% dos 35 assassinatos estão relacionados à guerra entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) - que atuam em Roraima desde 2014.
De acordo com a investigadores da Polícia Civil, os crimes foram cometidos a mando de presidiários ligados ao PCC. O motivo da maioria delas é vingança por traição. As facções disputam, principalmente, áreas onde há tráfico de drogas. O índice de 50% pode ficar ainda maior porque há investigações ainda em curso.
"As facções são muito recentes aqui. Então, tem casos de pessoas que eram amigas de infância e hoje são jovens e de facções rivais, o que causa ainda mais mortes porque todos se conhecem e convivem num mesmo meio", contou Camapum ao G1. Segundo a Polícia Civil, no interior de Roraima, também foi registrado aumento no índice de assassinatos. De janeiro a 13 de abril, 93 homicídios foram notificados nos 15 municípios do estado.
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