Mandacaru, xique-xique, veado-catingueiro, asa branca, soldadinho-do-araripe, arara-azul-de-lear... Os nomes de plantas e animais são a melhor tradução da riqueza natural da Caatinga, o bioma semiárido mais biodiverso do mundo e o único exclusivamente brasileiro. São 932 espécies de vegetais, 178 de mamíferos, 590 de aves, 241 de peixes. Muitas delas são endêmicas, ou seja, só existem no local. E, o pior, algumas estão ameaçadas de extinção.
Neste sábado (28), comemora-se o Dia Nacional da Caatinga. "É o momento para refletirmos sobre a importância de avançarmos na agenda de conservação desse que é o terceiro maior bioma brasileiro e o principal do Nordeste", diz o secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), José Pedro de Oliveira Costa. A Caatinga ocupa cerca de 11% do território nacional. Abrange áreas dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais.
Vinte e sete milhões de pessoas vivem atualmente na região, o que causa forte impacto sobre os recursos naturais. Nada menos que 80% dos ecossistemas originais foram alterados, principalmente por meio de desmatamentos e queimadas, em um processo de ocupação que começou nos tempos do Brasil colônia.
Ainda hoje, grande parte da população da Caatinga utiliza os recursos da biodiversidade para sobreviver. Por outro lado, esses mesmos recursos, se conservados e explorados de forma sustentável, podem impulsionar o desenvolvimento da região. A partir dessa visão, que busca conciliar a preservação com o uso sustentável, o governo federal promove, por meio do Ministério do Meio Ambiente, comandado atualmente por um Juazeirense, Edson Duarte, um conjunto de ações para proteger o bioma.
Entre elas, destacam-se 25 unidades de conservação (UCs) federais que, juntas, guardam 4 milhões de hectares de Caatinga. As mais recentes, criadas em abril, são a Área de Proteção Ambiental e o Parque Nacional do Boqueirão da Onça. "Estamos todos muito felizes pela recente criação do Parque Nacional e da Área de Proteção Ambiental do Boqueirao da Onça com quase um milhão de hectares na área hoje mais preservada da Caatinga", destaca o secretário de Biodiversidade.
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